Após os excelentes O Exterminador do Futuro e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, a franquia sobre o T-800 foi perdendo a vitalidade. Filmes genéricos, pouco interessantes e sem o mesmo fator surpreendente de seu início fizeram com que a história perdesse a atenção que recebia até então. Com O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, porém, a coisa muda de patamar. E a franquia recupera o seu vigor.
Dirigida pelo bom Tim Miller (Deadpool), o longa-metragem se passa duas décadas após O Julgamento Final. Mas agora, Sarah Connor (Linda Hamilton) precisa proteger uma jovem chamada Dani Ramos (Natalia Reyes) e seus amigos de um Exterminador (Gabriel Luna) enviado do futuro para aniquilá-las. Quase impossível de ser derrotado, elas precisarão contar com a ajuda do já aposentado T-800 (Arnold Schwarzenegger).
A partir desse bom resgate de personagens, Miller e seu trio e roteiristas (Billy Ray, Justin Rhodes, David S. Goyer) produz uma história que lembra muito o clássico de 1984. A trama tem um foco específico e é recheada de boa ação -- algo que Miller se mostrou muito capaz. Não há penduricalhos, exageros, bizarrices. Isso parece ter ficado para trás por aqui. O foco, agora, é ação, pancadaria, ficção científica e certa emoção.
No entanto, engana-se quem pensa que Destino Sombrio é apenas um espalho de O Exterminador do Futuro. Nada disso. A história, que volta a ser produzida pelo midas James Cameron, tem personagens femininas fortes e acompanhou a evolução do mundo. Além disso, o retorno de Linda Hamilton (O Inferno de Dante) e de Schwarzenegger não é à toa. Há uma trama ali que alavanca a presença da dupla.
Além dos dois, que estão muito bem, destaque para a sempre precisa Mackenzie Davis (Blade Runner 2049), que faz uma humana aprimorada cheia de camadas; e para Natalia Reyes (Pássaros de Verão), que consegue criar em cima de uma personagem banal.
Mas, mais do que boas atuações e uma boa premissa, Destino Sombrio é um bom entretenimento. Com bons efeitos e sequências bem dirigidas, o longa-metragem sabe como deixar o público vidrado na tela ao longo de seus 128 minutos. Ao contrário do recente Projeto Gemini, por exemplo, há uma consciência de Miller de como mesclar os gêneros que o filme traz em sua trama. Não há sobras. Tudo, aqui, é bem pensado.
Claro: não é um filme impecável e ainda fica abaixo dos dois primeiros longas da franquia. Poderia ter uns 15 minutos a menos e o grande vilão, interpretado pelo mediano Gabriel Luna (Amor por Direito), não convence totalmente. Falta algo ali.
Mas, ainda assim, é um filme que impressiona -- seja pelo bom elenco, pela boa história ou até mesmo pelo final emocionante e surpreendente. As coisas aqui se encaixam e a sensação, ao final do longa-metragem, é de que esta história está sendo contada por ser algo que acrescenta informações na franquia. Não fica aquela sensação ruim de que é apenas um caça-níquel. Pode até ser, no fundo. Mas a emoção e a empolgação ganham.
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