Primeiramente, vamos agradecer ao fato de que a qualidade de um filme não depende de seu título. O Assassino: O Primeiro Alvo, além de não traduzir bem o que o filme representa, ainda incomoda e confunde, com a presença dos dois artigos. Apesar de clichê, o título original American Assassin é infinitamente mais apropriado.
O novo projeto do americano Michael Cuesta conta a história de um rapaz, Mitch (Dylan O'Brien), que, após perder a perder a namorada num ataque terrorista em Ibiza, na Espanha, momentos depois de pedi-la em casamento, se transforma e leva sua vida com um único intuito: vingar-se do homem que a matou.
A ideia de vingança, depois de passar por um trauma, é boa e é a grande premissa do filme. Inclusive, é interessante como essa morte, instantes depois de um momento romântico, faz com que o espectador crie empatia com o protagonista.
O filme segue mostrando como Mitch, quase que milagrosamente, tornou-se um homem forte, ágil, apenas treinando por alguns meses, a ponto de ser suficientemente bom para ser contratado pela CIA. A história peca nesse aspecto, justamente por ser inverossímil. Mas, com o impacto da cena inicial, o público releva esse fato e continua torcendo para que o mocinho consiga ter sua vingança.
A ação começa a tomar presença depois que Mitch é treinado por Stan Hurley (ninguém menos que Michael Keaton). A relação dos dois dá uma boa dinâmica para o filme, visto que Mitch desobedece ordens continuamente, e isso não deixa de ser uma afronta para Stan. O treinamento que ele recebe é fraco, falhando mais uma vez no roteiro, dadas todas as incríveis habilidades do garoto que são mostradas no início da história.
Pelo fato de o filme tratar de agentes da CIA, ele erra ao repetir muitos plots twists: uma hora uma personagem está ajudando, logo depois descobre-se que ela é uma espiã, mas não muito depois volta a ajudar e por aí vai. Essa troca repentina de lados acontece mais do que deveria e, infelizmente, não convence.
Apesar de O Assassino: O Primeiro Alvo ser um filme de ação completamente comum, que não marca o espectador em nada, elogia-se aqui a atuação de Dylan O'Brien, principalmente após sofrer um acidente grave nos sets de Maze Runner, e também Michael Keaton, que apesar de dar vida a um personagem relativamente raso, pode-se perceber que ele se diverte fazendo o papel e dá seu máximo.
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