Na última semana, o documentário A Garota da Foto se tornou um sucesso estrondoso da Netflix, contando uma história igualmente inacreditável e bizarra. Agora, na segunda semana consecutiva, o serviço de streaming traz mais um filme da onda de true crime com o filme bem similar ao visto na semana passada: o triste, forte e chocante O Assassino da Minha Filha.
Dirigido pelo estreante Antoine Tassin, o documentário traz um formato bem convencional. São entrevistas feitas sem nenhuma inventividade estética, com os entrevistados sentados em frente à uma câmera, contando suas histórias. Por outro lado, o filme ainda conta com algumas cenas com atores para recriar momentos e passar com mais precisão as movimentações e situações.
Toda a aposta de O Assassino da Minha Filha, assim, fica concentrada na história em si. Tal como aconteceu com A Garota da Foto, o que funciona mesmo é a narrativa. O choque, a surpresa, a revolta, o nojo. É difícil, em situações assim, não sentir a revolta pura e simples. Por isso, talvez, que os filmes true crime fazem tanto sucesso: eles causam emoções genuínas acertadamente.
E aqui, O Assassino da Minha Filha traz tudo isso principalmente a partir da visão do pai dessa garota. Ele, lado mais afetado por toda essa história, é quem passa os sentimentos mais genuínos para o público e criam vínculo com a história. Não há grandes surpresas, mas a forma como ele bate de cara com a porta em várias situações (e em várias instâncias) é desesperador.
De resto, o documentário volta a mostrar o cansaço da fórmula. São repetições estéticas e narrativas iguais, banais, que já vimos aos montes por aí. Fica a dúvida até quando essas histórias de true crimes vão conseguir se segurar nas mesmas fórmulas. O cansaço é evidente. A criatividade é nula. E o cinema, nessa, entra em um ciclo sem fim de mesmice chatérrimo.
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