Existe um tipo de filme que tal qual Band-Aid e Bombril, ganhou nome de marca: Hallmark. São aqueles romances água com açúcar, ainda mais óbvios do que aqueles escritor por Nicholas Sparks, e que falam sobre amor em cidades pequenas, geralmente norte-americanos, e com pessoas brancas. E é justamente esse mercado que a Netflix mira em O Amor Está no Ar.
Estreia de quinta-feira, 28 de setembro, o longa-metragem conta a história de um casal aparentemente improvável -- mesmo os dois sendo modelos de capa de revista. Ele é William (Joshua Sasse), filho de um magnata do mercado financeiro que vai até uma pequena cidade (pra variar!) para liquidar o negócio familiar de uma pequena empresa de fretamento aéreo.
É lá que ele conhece a filha do dono, e também pilota, Dana (Delta Goodrem). Apesar da tarefa ingrata do rapaz, ele acaba se envolvendo com a moça e as coisas logo saem dos trilhos.
Dirigido por Adrian Powers (também de A Royal in Paradise), o longa-metragem nada mais é do que um produto, assim como Band-Aid e Bombril. Não há qualquer tentativa de criar e fazer cinema aqui. Tudo é milimetricamente pensado apenas para comover aquele público que já está acostumado (ou deslumbrado) com essas narrativas prontas, como se fosse bolo de caixinha.
Isso mesmo: bolo de caixinha. Há uma receita padronizada, com os mesmos ingredientes de sempre e que, se feita da maneira minimamente correta, vai sair o mesmo resultado sempre. Pode até enfeitar com granulados ou uma calda, mas é só. Continua sendo um romance previsível (e às vezes até um pouco vergonhoso) que começa, se desenvolve e termina igual.
O Amor Está no Ar pode até fazer com que algumas pessoas se emocionem e torçam pelo casal principal -- interpretado de qualquer maneira, vale dizer, por Sasse e Goodrem. Mas acho bem difícil que qualquer pessoa lembre do filme alguns dias (horas?) depois. Afinal, somos marcados pela arte, pela criatividade, pela ousadia. Produtos nós usamos na hora e depois esquecemos.
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