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Bárbara Zago

Crítica: ‘O Acampamento’ é tenso, mas sofre com falta de história

Atualizado: 11 de jan. de 2022


Foi lá pelos idos de 2005 que o filme O Albergue fez sucesso com um público fã de filmes de terror. Na história, dois jovens que estavam viajando pela Europa descobriam um pequeno hostel em Bratislava, capital da Eslováquia, supostamente repleto de mulheres sensuais. Ali eles se hospedam. O resto do filme já é conhecido: eles passam por tortura, ao estilo de Jogos Mortais. Para fãs deste estilo, o australiano O Acampamento agrada, ainda que tenha defeitos.

Assim como O Albergue, o longa-metragem O Acampamento conta a história de um casal prestes a se casar e que decide passar algumas noites na reserva de Gungilee Falls, na Austrália, durante a virada do ano. Ao chegarem lá, percebem que outra família já havia descoberto o local. Com o passar do tempo, porém, ninguém aparece e nada acontece. A outra família, que já estava com uma barraca armada, nem sinal. A tensão do filme começa a partir daí.

Dividido em duas linhas narrativas, o filme australiano mostra o passado, vivido pela família Baker, e o presente, vivido pelo casal. A mistura de tempos e histórias causa certa confusão no início, mas logo fica clara a diferença e a história toma forma. No centro da trama, Ian (Ian Meadows) e Sam (Harriet Dyer) encontram o filho mais novo da família completamente desidratado. Desesperados, aceitam ajuda da primeira pessoa que aparece. Mas as coisas se desenrolam de um jeito pouco previsível.

Se prendendo à um fiapo de narrativa, todo restante de O Acampamento aposta na tensão entre assassino e vítima, numa jogo de gato e rato. Este, aliás, é o grande acerto do diretor Damien Power (que estreia na direção de longas-metragens), que tem um problema de falta de motivação e história. São 98 minutos sem nenhuma explicação de porquê os assassinos fizeram o que fizeram. Cria-se empatia com as vítimas, mas nada se sabe do motivo que os levou a cometer determinados atos.

E no final, quando se pensa em O Albergue, não só o título do filme em português é semelhante; mudam os locais, mas o objetivo é o mesmo: prender o espectador pela tensão, e não pela história. São pessoas que estiverem no lugar errado, na hora errada. E não existe outra explicação. O recente Hush também percorre o mesmo caminho. Para os fãs de horror, o filme cumpre seu papel, porém tem dificuldades de ficar marcado na história pela falta de aprofundamento.

BOM

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