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Crítica: 'Novocaine' é bobagem histriônica com Jack Quaid

Foto do escritor: Matheus MansMatheus Mans


Existem alguns filmes que já sabemos que são vazios só de olhar para o pôster. São filmes tão sem vida, sem estofo e sem ideias que sequer a equipe de marketing consegue salvar o projeto como um todo -- tudo soa sem vida. É o caso do novo Novocaine, longa-metragem que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 27, apostando todas as ficas no protagonistas, Jack Quaid.


O rapaz, filho do veterano ator Dennis Quaid, é o novo queridinho do momento. Já é o segundo longa-metragem dele em 2025, logo após o razoável Acompanhante Perfeita. Aqui, ele faz o gerente de um banco que leve uma vida miserável e que seu único diferencial é ter uma condição genética que não permita que ele sinta dor. Pode perder um braço e nada acontece.


É aí que ele decide usar essa habilidade, se é que pode ser chamada assim, pra salvar sua nova namorada de um sequestro (Amber Midthunder) após um assalto ao banco em que trabalha.


É uma espécie de John Wick, com a diferença de que Nathan -- o Novocaine -- não é um soldado treinado. Ele não sabe lutar, apenas não sentir dor. É aí que ele aguenta tiro, porrada e mãos fritas. Os diretores Dan Berk e Robert Olsen, ambos do fracasso Vilões, tentam unir comédia com ação -- e falham terrivelmente. Nenhum dos dois gêneros realmente funciona em cena.



De um lado, essa resistência de Nathan não é exatamente uma novidade. Por mais que existam poucos filmes sobre a raríssima Insensibilidade Congênita à Dor (Congenital Insensitivity to Pain, ou CIP), são vários os personagens que transitam nesse espectro, indo desde Hancock, com Will Smith, até o personagem Dave Lizewski (Aaron Taylor-Johnson), do ótimo Kick-Ass. Isso sem falar do fato dele ser um gerente de banco em um cenário caótico. Um novo Free Guy?


E a ação não é nada espetacular. Tirando uma cena ou outra, tudo recai num mundo pouco criativo e de ideias pasteurizadas, que parece ficar feliz em imitar John Wick com menos força.


Novocaine poderia se sobressair, talvez, se encontrasse alguma boa ideia nessa história. Algo que eleve o personagem, a proposta, a ideia. Mas o roteirista Lars Jacobson, de pérolas como Dia dos Mortos, não tem nada a contar. Como falado no início deste texto, o longa-metragem se ancora em uma piada, em Jack Quaid e na tentativa de ser um híbrido de John Wick e Free Guy.


É, de novo, um filme vazio. Bobo. Sem ideias, sem substância, sem fundações sólidas. E aqui já faço uma previsão: mesmo custando menos de US$ 20 milhões, dificilmente será um sucesso. O público quer ideias mais frescas, tirando uma ou outra exceção, como Mufasa. Uma produção como Novocaine, sem uma ideia sequer na cabeça, está fadado ao esquecimento. Pode anotar.

 

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