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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Noite Infeliz' diverte com Natal violento e com Papai Noel fora dos padrões


Filmes de Natal são bonitinhos, mas cansativos. Geralmente, os estúdios e produtoras apostam sempre nas mesmas histórias e personagens, sem qualquer pingo de criatividade. Chega a ser cansativo. Por isso, é interessantíssimo quando surge um filme como Noite Infeliz, longa-metragem que mistura a magia da noite de Natal com John Wick e que estreia nesta quinta, 1º.


Dirigido por Tommy Wirkola (Onde Está Segunda?), o filme acompanha um Papai Noel (David Harbour, Stranger Things) bruto e viciado em bebida que, durante a entrega de presentes na noite de Natal, fica preso numa casa de ricaços mantidos reféns. A partir daí, querendo proteger uma criança na casa, combate violentamente esses criminosos com muito sangue e violência.


É um Noel totalmente diferente do que já vimos por aí — é até mesmo mais sanguinário e violento do que o de Mel Gibson em Entre Armas e Brinquedos. Ele também brinca com a origem do “bom velhinho”, reformulando a bondosa e higiênica história de origem de São Nicolau. Aqui, apesar de santo, não são seus atributos milagrosos que entram no foco de Wirkola. Assim como aconteceu em João e Maria: Caçadores de Bruxas, do mesmo diretor, tudo é mais sombrio.

Mas não são só as sombras que chamam a atenção. A violência chega com toques de John Wick: com bastante sangue e movimentos de câmera mais secos. Com isso, o momento que o Papai Noel de David Harbour pega um martelo para atacar mostra toda a potência do momento, deixando qualquer fã de ação empolgado e lembrando o que há de melhor em John Wick.


Aliás, falando em Harbour, ele é um dos corações do filme. Não só consegue entrar sem problemas no personagem como também entrega uma fisicalidade que faz a diferença -- hoje, ao lado de Dave Bautista, é o ator que mais marca presença em cena. É fácil de comprar a ideia desse Papai Noel boêmio, violento e que tem um passado bem mais complicado do que parece.


O grande problema do filme é que, com cerca de 100 minutos de duração, ele acaba insistindo na mesma piada durante todo o filme: a de um Papai Noel fora dos padrões. O roteiro escrito pela dupla Pat Casey e Josh Miller (ambos de Sonic: O Filme) parece não encontrar outros refrescos na história para além disso — e toda a violência e sangue que isso envolve. É um filme de uma piada só e que acredita, piamente, que isso basta para prender toda a atenção.


Ainda assim, Noite Infeliz é um filme bobo e que tem orgulho de ser meramente engraçado e violento, com um Papai Noel bêbado e sanguinário sendo o principal foco de sua atenção. Não há qualquer preocupação por aqui em criar um grande roteiro ou desenvolver uma história que vá ficar no seu imaginário. É apenas um filme de pretensões simples e mundanas que consegue, no final das contas, ser o filme de ação mais divertido de 2022, na última badalada do ano.


 

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