Sandra (Cécile de France) é uma ex-modelo decadente que volta para a casa da mãe para recomeçar sua vida após um relacionamento abusivo. Lá ela consegue um emprego em uma fábrica de atum enlatado, onde se aproxima de Nadine (Yolande Moreau) -- uma senhora que sustenta sozinha seu marido e filhos -- e de Marylin (Audrey Lamy), uma jovem mãe solteira que estudou com Sandra na época do Colégio.
As três decidem se unir quando a ex-modelo sofre uma tentativa de estupro pelo chefe, que morre acidentalmente. Ao invés de prestarem socorro, o trio decide esconder o cadáver de uma forma inusitada para que possam roubar uma mala repleta de dinheiro que encontraram entre os seus pertences. O crime acaba resultando em vários conflitos e confusões com a polícia, empresários e mafiosos.
Mulheres Armadas, Homens na Lata, dirigido por Allan Mauduit, é uma comédia bem diferente dos usuais filmes do gênero com protagonistas femininas. As personagens são anti-heroínas dispostas a fazer de tudo para conseguir o que desejam e estão constantemente enfrentando os homens da trama, sejam criminosos, parentes ou namorados. O enredo também é repleto de temáticas feministas importantes, como violência de gênero, abandono paterno e mulheres que sustentam sua família sozinhas.
Embora não exista um grande aprofundamento em cada um dos temas, eles estão bastante presentes na história e são importantes para a construção da narrativa e das protagonistas, mulheres determinadas e independentes que não precisam de homens para conquistar o que querem.
O longa-metragem também consegue surpreender o espectador graças aos toques de drama e ação presentes na trama, além das várias reviravoltas, apesar de algumas sequências típicas de filme pastelão. O clima de “será que elas vão conseguir se safar?” permanece do começo ao fim. As três atrizes principais também estão ótimas em seus papéis, especialmente Yolande e Audrey, que são bastante expressivas e naturalmente engraçadas.
Mulheres Armadas, Homens na Lata coloca as mulheres em papéis geralmente atribuídos a homens, enaltecendo a sororidade, a individualidade e a liberdade femininas. Sempre bom assistir a uma comédia em que o principal objetivo das protagonistas mulheres não é conquistar um homem.
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