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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Mulheres ao Poder' é filme morno no Telecine sobre história extraordinária


Que história incrível é esta por trás de Mulheres ao Poder, filme exclusivo do Telecine que chega ao catálogo do streaming nesta segunda-feira, 8. Foi há cerca de 50 anos que o Movimento de Libertação das Mulheres decidiu insurgir contra a realização do Miss Mundo de 1970 e a objetificação do corpo feminino. Afinal, era um palco para mulheres rivalizarem ainda mais.


Mas, como em tudo na vida, aqui há o "outro lado". O olhar de quem vê de fora. Nesta mesma edição, Jennifer Hosten, de Granada, se tornou a primeira mulher negra a receber a faixa e a coroa de Miss Mundo. Oras, num momento em que países enfrentavam o Apartheid, era extremamente representativa essa vitória. Será que Jennifer não inspiraria garotas negras?


É a partir dessa dicotomia, mas dando mais corda para o lado do Movimento de Libertação das Mulheres, que se debruça Mulheres ao Poder. Dirigido por Philippa Lowthorpe (The Third Day), o longa-metragem conta a história desse acontecimento notável na história da Inglaterra. Puxando protagonismo pro Movimento, há atrizes do calibre de Keira Knightley e Jessie Buckley.

A partir daí, acompanhamos esse grupo politizado de mulheres apostando em um ideal contra o Miss Mundo e, do outro lado, mulheres também com ideais que querem ganhar um concurso de beleza para, assim, enfrentarem o racismo. Surge uma discussão nas entrelinhas: será que toda a militância é justa? Será que alguns ideais e bandeiras não passam por cima de minorias?


É um discussão polêmica e com muito pano pra manga, mas parece que Lowthorpe não vai além. A diretora, ao lado das roteiristas, aposta em uma tonelada de histórias para mostrar esse acontecimento histórico -- tem a pacífica Sally Alexander (Knightley), a bélica e potente Jo Robinson (Buckley), a consciente e preparada miss de Granada (Gugu Mbatha-Raw, muito bem).


São muitas histórias, muitas subtramas. Mulheres ao Poder se torna um filme inchado, exagerado e até simplifica algumas questões -- afinal, se não fosse isso, a produção chegaria tranquilamente nas 2h30. Mulheres ao Poder, dessa forma, tem a história perfeita para uma série. Imagine um episódio para cada personagem envolvido. Seria mais rico e mais potente.

 
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