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Foto do escritorBárbara Zago

Crítica: 'Morbius' é filme genérico e irritante sobre o vilão de Homem-Aranha


Não é a primeira vez que a Sony Pictures se arrisca a fazer um filme sobre um vilão da Marvel ligado a um herói, mesmo sem a presença do mocinho. Venom foi um exemplo disso. Ainda que este seja ruim, consegue se beneficiar de algum tipo de humor. Já em Morbius, o mais recente lançamento da parceria da Marvel com a Sony, nada se salva.


O personagem apareceu pela primeira vez em uma HQ de Homem-Aranha. Já no longa de Daniel Espinosa (Vida e Protegendo o Inimigo), mal se faz menção ao herói. Interpretado por Jared Leto, Morbius é um cientista superdotado que sofre de uma rara condição sanguínea. Numa tentativa de cura, acaba tornando-se uma espécie de vampiro.


O roteiro de Matt Sazama e Burk Sharpless usa fórmulas do gênero da pior maneira possível. Parece que, para deixar o filme mais curto, toda a história é extremamente rasa e nenhum personagem é desenvolvido -- nem mesmo Morbius. Os diálogos são expositivos e servem somente para explicar ao espectador o porquê de cada coisa acontecer. Mesmo com pouco mais de 100 minutos, é incontrolável a vontade de olhar para o relógio a cada 10, com esperança de já estar no final.

Acredito que o cenário mais sombrio seja um (e talvez o único) ponto positivo do filme, porém faltou ousar e se aprofundar mais nisso. Até o alimentar-se de sangue, que tem tudo para ser minimamente nojento, parece ser escondido, para que o filme fique o mais padrão possível. A figura do vampiro é cheia de potencial, mas acabamos vendo somente um personagem superficial, que não entra em contato direito com o lado ruim de seu poder.


E, justamente por Morbius ser tão pouco aprofundado, também fica difícil que Milo (Matt Smith) e Martine (Adria Arjona) sejam personagens interessantes. Matt Smith tenta bastante, mas não parece ter solução. A amizade não convence e o romance dele com a médica, menos ainda.


Infelizmente, Morbius é tão genérico que chega a ser irritante. O que tenta salvar são as cenas pós-crédito, mas infelizmente 1 minuto não salva os outros 100. Sejam suas expectativas altas ou baixas, as chances de sair da sala de cinema decepcionado são muito grandes.

 

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