É impossível uma franquia de animação como Meu Malvado Favorito chegar ao seu quinto filme sem qualquer sinal de cansaço. Afinal, são poucos os personagens centrais (Gru, os minions e as crianças) e uma história deveras simples, com elementos que se repetem. Por isso, é inevitável sentir o cansaço de Minions 2: A Origem de Gru, apesar de alguns bons momentos de diversão.
Dirigido por Kyle Balda (Minions), Jonathan del Val e Brad Ableson, o longa conta a história de Gru quando criança, nos anos 1970. É nesse período que ele passa a contar com os minions como capangas e, mais do que isso, a buscar caminhos no mundo dos vilões com a vaga aberta no Sexteto Sinistro. É nesse contexto que começa uma corrida por um poderoso medalhão.
Nesse contexto, há duas percepções. Primeiramente, percebe-se que a trajetória de Gru está sobrando dentro dessa história. Buscando falar sobre origem de personagens, em um movimento evidenciado pela Disney com Cruella e afins, a história acaba se debruçando em uma história pouco divertida sobre esse personagem em formação -- o único momento realmente bom dele no filme é a tortura com uma música disco, que tem um timing quase que impecável.
Mas, apesar desses problemas, é surpreendente como os minions ainda conseguem divertir o público, principalmente aquelas crianças mais pequenas que adoram personagens adoráveis, piadas com bumbum e por aí vai. Um minion que decide trocar um medalhão poderoso por uma pedra com olhos, por exemplo, rende boas gargalhadas. Assim como o momento em que Bob, Kevin e Stuart aprendem kung-fu, com a dificuldade do corpo em forma de feijão.
Minions 2: A Origem de Gru, além disso, faz um mergulho interessante nos anos 1970, chamando a atenção de um público mais velho. Afinal, enquanto os pequenos se divertem com as piadas bobinhas e engraçadinhas, a direção traz cores, design e uma trilha sonora sob medida, com músicas de Diana Ross, Lipps Inc. e até mesmo uma versão pop de Desafinado.
Dessa forma, Minions 2: A Origem de Gru acaba se tornando um passatempo confortável, que funciona para pais e filhos. Típico filme das férias, sem se arriscar muito, sem surpreender, mas agradável na essência. Só fica uma ponta de preocupação: assim como aconteceu com A Era do Gelo, Madagascar, Shrek e Toy Story, cinco filmes é coisa demais. Talvez chegou a hora de parar.
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