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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Mais que Amigos' diverte e mostra que há mais histórias no universo LGBT


Se tem uma coisa que me entristece e me desagrada no cinema LGBTQIA+ é a necessidade, às vezes de uma insistência absurda, em histórias com finais degradantes, desumanos e exageradamente tristes -- até mesmo em histórias aparentemente solares, como o terrível Verão de 85. E é justamente por isso que precisamos celebrar iniciativas como Mais que Amigos.


Estreia desta quinta, 6, o longa-metragem é a primeira comédia abertamente gay, em termos de público e história, de um grande estúdio hollywoodiano. E ao contrário das toneladas de filmes com histórias dramáticas e exageradamente tristes, Mais que Amigos é essencialmente uma comédia romântica sobre um casal (Billy Eichner e Luke Macfarlane) entre idas e vindas.


Dirigida por Nicholas Stoller (Vizinhos) e roteirizada por ele e Eichner, o filme traz temas geralmente associados ao cinema romântico heterossexual, como a dificuldade em se encontrar, de se apaixonar, de começar a entrar na rotina e por aí vai. O longa-metragem também traz outras problemáticas do universo gay, com as particularidades desses relacionamentos.

Eichner continua pedante e um pouco pretensioso em sua abordagem, com aquele tipo de personagem de sempre -- confesso que tenho boas dificuldades em embarcar em seus personagens, sempre chatíssimos. Só que tudo fica equilibrado com Macfarlane (Over There), que traz uma atuação brilhante: é leve, divertida e bastante inusitada visto o seu perfil.


Nessa mistura, Mais que Amigos consegue ser bastante divertido e assertivo. Eu, que não faço parte da comunidade retratada no longa-metragem, consegui embarcar tranquilamente na história, nas emoções e nas ideias do filme. Apesar de Eichner, torci pelo casal, me diverti com algumas pequenas sacadas e aproveitei bastante o filme. É, enfim, um filme que abraça.


O único porém fica para a duração do filme, um dos males da década no cinema. Parece que todo filme precisa ser longo, precisa ter duas horas ou mais. Não há motivo algum para Mais que Amigos ter quase duas horas. A história se arrasta, se prolonga demais. Começa a ficar repetitiva e as piadas, lá pro terceiro ato, não se sustentam mais. Tampouco toda a emoção.


Ainda assim, porém, Mais que Amigos merece atenção e vale o ingresso. Não só por ser realmente divertido e romântico, mas também por ser tão importante para o cinema no geral ao trazer o universo LGBTQIA+ para dentro do cinema hollywoodiano e não mais apenas cercando. Fica a torcida para um bom desempenho de bilheteria e de crítica. É preciso mais filmes assim.

 

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