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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Lamento' é filme mediano com grande atuação de Marco Ricca


Que ator completo é Marco Ricca. Depois de filmes como Canastra Suja e Chatô, era possível acreditar que não havia mais como crescer. Atingiu um patamar altíssimo no cinema nacional, com atuações fortes e certeza de bons papéis. No entanto, mais uma vez ele surpreende. Agora com Lamento, filme que chega aos cinemas brasileiros já a partir desta quinta-feira, 26.


Dirigido pelos estreantes em longas Claudio Bitencourt e Diego Lopes, a produção conta a história de Elder (Ricca), um dono de hotel que está num momento de inércia. Afinal, tudo vai mal: o hotel está cheio de dívidas, o casamento não vai bem e ele parece não encontrar um motivo para se animar. As coisas ficam mais complicadas ainda quando surge um hóspede.


Ele dá entrada no hotel ao lado de uma garota (Thaila Ayala) e começa o caos. Bebidas, drogas, quebradeiras, gritos. Ao invés de solucionar esse problema, porém, Elder começa a entrar em uma espiral de obsessão. Não consegue se desligar dos acontecimentos desse quadro. Ele se vê no rapaz. E, com isso, reacende antigos vícios em bebida e droga, aumentando a espiral de caos.

O roteiro de Diego Lopes toma uma decisão ousada: coloca Elder como um personagem passivo, que simplesmente não consegue reagir. Ele está em inércia. Ao longo de 110 minutos, o longa-metragem vai bombardeando o personagem com acontecimentos caóticos, que exigem decisões intensas por parte do dono do hotel. É um filme de reação, que a cada virada nos surpreende.


Com isso, Lopes e Bitencourt vão misturando o drama desse personagem com uma ambientação de thriller e suspense, em que a pressão em cima da história vai aumentando, aumentando, aumentando. É tenso para o personagem, mas também para o espectador, que vai sentindo essa crescente pressão. É como se uma panela fosse estourar a qualquer instante.


No entanto, essa inércia do protagonista também acaba prejudicando demais o ritmo do filme. Além de ter momentos desinteressantes e repetitivos, Lamento acaba não conseguindo contornar algumas decisões narrativas complicadas. O final é consequência disso: um pouco deslocado demais, até mesmo difícil de compreender, dado a explosão dos acontecimentos.


Dessa forma, Lamento pode ser compreendido como um filme intenso. Tem seus problemas, principalmente quando o personagem toma decisões inesperadas -- e que pecam pela falta de uma base para aquele desenvolvimento. Felizmente, porém, Lopes e Bitencourt arrancam uma das melhores performances do ano com Ricca, que com certeza faz valer o ingresso pago.

 

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