Rachel (Teresa Palmer) está vivendo um luto trágico. Recentemente, em um acidente, um de seus gêmeos perdeu a vida. Agora, para tentar reconstruir a família, ela e o marido Anthony (Steven Cree) decidem se mudar para uma cidadezinha escandinava afastada ao lado do outro gêmeo, Elliot (Tristan Ruggeri). Essa é a trama de Gêmeo Maligno, estreia desta quinta-feira, 11.
Dirigido por Taneli Mustonen (Lago Bodom), o longa-metragem começa neste ponto de ruptura da família. Como seguir com essa ausência? É nessa pergunta que o roteiro, assinado por Mustonen e Aleksi Hyvärinen (também de Lago Bodom), vai brincando com elementos do thriller, mais pro suspense do que para o terror, com Elliot sempre interagindo com o irmão morto.
Gêmeo Maligno, assim, começa como um filme de luto com ares de terror e suspense. É algo que já vimos por aí, como em Babadook, The Lodge e afins. Não causa surpresa alguma, apesar da boa atuação de Palmer e Cree, que sabem como mergulhar nesse momento familiar tão duro e complicado. É bem por causa deles que compramos uma história de drama e suspense.
E o ritmo segue assim, muito ancorado nas atuações e nas possibilidades narrativas, sem qualquer tipo de inspiração. Na metade começa a dar sono. Parece que as coisas não vão avançar e 110 minutos serão jogados no lixo. Até que surpresa! Lá no começo do terceiro ato, o filme muda completamente de tom, abraçando inspirações claras de O Bebê de Rosemary.
É um início de conclusão positivo, com Gêmeo Maligno brincando com o espectador. É um desafio saber o que realmente está acontecendo na tela, com duas narrativas opostas brigando pela atenção. É um bom acerto do roteiro. Até que, nos últimos 10 minutos, tudo vai por água abaixo novamente: parece que Mustonen e Hyvärinen sentiram saudades do genérico, do banal.
Não tenho dúvidas de alguns vão gostar (bastante, talvez) do final. Da dúvida, da brincadeira narrativa, da surpresa. No entanto, outros, como eu, vão apenas se decepcionar. Afinal, o roteiro começa a crescer, crescer, crescer até que, do nada, murcha. Não conseguiu terminar no ponto alto que merecia e deveria. Uma pena. Mas, vale conferir. É filme polêmico, bom pra discussão.
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