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Fernando Bohrer é um ator completo. Se entrega na cena e, também, se entrega na hora de ensinar sua vocação. É dedicado, um verdadeiro amante de sua profissão. Por isso, é tão interessante acompanhar a sua rotina e sua vida no documentário Fernando, que chega aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira, 28, após jornada em festivais.
Dirigido pelo trio Igor Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela, o longa-metragem foge do que está sendo feito por aí. Nada de querer contar várias histórias num pequeno tempo, nada de saturar a trama com informações exageradas. Fernando vai no caminho contrário. Usa planos longos, quase sem interrupções, pra deixar Bohrer transbordar.
O olhar atento do trio de diretores, afinal, presta atenção nos mínimos detalhes da rotina de Fernando Bohrer. A forma de lidar com o marido, com os alunos, com colegas. Os olhares e os ângulos se alternam, se complementam, se intensificam. Fernando, por meio desses longos planos, vai sendo desconstruído, construído. Se entrega ao universo.
O mais interessante, porém, é que os diretores constroem uma narrativa que transita entre documental e fictício. Nem tudo que se vê na tela é real, mas a linha entre as duas áreas é tão tênue, tão bem tracejada, que se torna quase invisível. É interessante ver a conexão e a relação entre elas, que enriquece a cada quadro, a cada subtrama dali.
Porém, não há como ignorar a falta de ritmo. Por mais que tenha apenas 70 minutos, o longa-metragem, em alguns momentos, se arrasta demais. Demora a acontecer. Parece, por vezes, que Fernando está à frente dos documentaristas, acontece de maneira ainda mais meteórica do que o filme. Isso, assim, acaba criando um ritmo letárgico no longa.
Assim, Fernando é um filme fora da caixinha. Autoral, criativo, ousado -- assim como o seu biografado, Fernando Bohrer. Pena que perca o ritmo tantas vezes. Mas, quem vencer isso e assistir aos 70 minutos do longa-metragem, vai encontrar um bom filme, uma boa história e, acima de tudo, um personagem intensamente cativante.
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