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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Era Uma Vez um Gênio' é o filme mais diferente do ano (no bom sentido)


Fui assistir ao filme Era Uma Vez um Gênio, que estreia nesta quinta-feira, 1, um tanto quanto confuso e sem saber o esperar. Afinal, na direção, o gênio George Miller -- responsável por títulos tão diversos quanto Mad Max e Happy Feet: O Pinguim. Do outro lado, o material sobre o filme dava a entender que seria um longa-metragem fincado em um único cenário, com forte peso teatral, como um Deus da Carnificina. Errado: Miller, mais uma vez, surpreende e encanta.


A história, que nada mais é do que uma fábula contemporânea, conta a jornada de Alithea (Tilda Swinton), uma mulher solitária que vive quase que unicamente em prol de sua profissão: o estudo das letras, dos personagens e das narrativas que atravessam a História. Só que, durante um congresso na Turquia, sua vida muda. Um novo amor? Um novo trabalho? Uma tragédia? Nada disso: sem querer, ela encontra um gênio (Idris Elba) que lhe concede três desejos.

A partir daí, Miller, que assina o roteiro ao lado de Augusta Gore e em cima da história de A.S. Byatt, faz mágica. Como quem não quer nada, coloca o Gênio -- que nada tem a ver com a criatura azul de Aladdin -- para contar histórias. Uma releitura contemporânea e inteligente de As Mil e uma Noites, misturando elementos e imagens diversos e, assim, criando uma história que traz a fábula para um novo contexto. É Miller puro, surpreendendo em forma e linguagem.


Não vou falar mais sobre isso para não estragar a experiência. Mas Era Uma Vez um Gênio traz, ainda, alguns outros elementos que complementam mais o bom resultado do filme. A troca entre Swinton (Precisamos Falar Sobre Kevin) e Elba (Beasts of no Nation) transcende a tela, com uma química inusitada entre eles. Além disso, vale destacar que esse é o melhor trabalho de Elba, olhando para os últimos anos, ficando lado a lado apenas com Vingança & Castigo.


Era Uma Vez um Gênio também tem uma direção de arte vigorosa, além de um figurino e uma maquiagem que chamam a atenção. Não arrisco dizer que chega ao Oscar nessas categorias, mas merecia pelo menos ser lembrado nas indicações. De resto, o final talvez seja o Calcanhar de Aquiles do filme, com conclusões sucessivas e uma didática que não tinha aparecido até ali. Mas tudo bem: é um filme surpreendente, que escapa da mesmice, e acerta na originalidade.

 

1 comentário

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FENIX
FENIX
18 sept. 2022

Cara , na boa , voce gostou disso??????

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