Após tantos filmes darem vida à princesas como Branca de Neve, Cinderella e Bela Adormecida, o estreante iniciante Ross Venokur vai na contramão e dá destaque ao Príncipe em seu primeiro longa-metragem, a animação Encantado. Com uma proposta de desconstruir a imagem de don juan, o filme tenta trazer um olhar mais sensível à esse personagem que é muito mais do que alguém que simplesmente salva donzelas indefesas em perigo. Uma pena o resultado final ser menos moderno do que os próprios clássicos.
Depois de ser amaldiçoado quando criança, o Príncipe Encantado tem que conviver com um charme que faz com que todas as mulheres se apaixonem por ele. O que mais parece uma bênção do que uma maldição à primeira vista, faz com que ele não seja capaz de encontrar o amor verdadeiro. Após estar noivo de três princesas ao mesmo tempo, ele precisa passar por alguns obstáculos bem típicos da jornada de herói para poder se casar com alguma delas. Disfarçada, Lenore ajuda o príncipe Philippe, e calha de ser a única mulher que não se apaixona por ele imediatamente. O resto não é difícil de imaginar.
Com uma trilha sonora original e bem feita, Encantado é a típica animação infantil que funciona para as crianças, mas não necessariamente provoca o mesmo efeito no público adulto, como é o caso de outros filmes dos mesmos produtores, como Shrek. A partir de uma fórmula quadrada, com começo, meio e fim totalmente previsíveis, ainda consegue ser superior à animações atuais que focam tanto no moderno que acabam entregando algo desastroso, como é o caso de Emoji.
Com o tema do feminismo constantemente em pauta, é um pouco decepcionante assistir à um filme que enaltece tanto o homem e acaba estereotipando, e até ridicularizando, personagens femininas. Aqui, as princesas carregam a típica persona de mulheres indefesas totalmente dependentes de seu príncipe. Ainda que Venokur tenha tentado balancear isso com a personagem de Lenore, não deixa de parecer um filme típico dos anos 2000.
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