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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Em Ruínas', da Netflix, é bom filme de ação coreano



Que boa surpresa é o filme coreano Em Ruínas, que chegou ao catálogo da Netflix nesta sexta-feira, 26. A trama não tem nada de muito novo: um terremoto devasta grande parte da Coreia do Sul, e talvez do mundo, fazendo com que as pessoas vivam em condições ao pior estilo de Mad Max. Assim, é uma distopia, onde a água falta, as condições são péssimas e não há mais comida.


As coisas mudam na vida da jovem Su-na (No Jeong-ee) com sua avó quando recebe o convite de ir para uma espécie de oásis: tem água de sobra, luz elétrica e alojamentos confortáveis. No entanto, é claro, as coisas logo se revelam como algo mais sombrio do que é de fato. E é aí que entram em cena um pai (Ma Dong-seok) e seu filho (Lee Joon-young) para salvar a Su-na.


Dirigido por Heo Myeong Haeng, que faz sua estreia na direção após uma boa carreira como dublê, Em Ruínas acerta justamente por ser um filme que não se leva a sério demais. Principalmente Dong-seok, um dos grandes atores coreanos em atividade, faz com que o filme tenha uma veia cômica interessante, produzindo uma sensação eterna de leveza ao longa.


O filme nunca tenta elaborar discussões complicadas, sabendo de suas limitações. É uma distopia pura e simples, com boas sequências de ação -- novamente, protagonizadas por Dong-seok, que coloca bastante vitalidade na produção em sequências bem coreografadas de luta.


Haeng só perde um pouco o controle do ritmo do filme quando a história resolve focar demais na jornada de Su-na dentro dessa nova instalação, mostrando como as coisas funcionam. O longa-metragem perde bastante seu "estilo Mad Max" e quase começa a se levar a sério demais. As cenas de ação somem. Parece que o filme vai se perder. Mostra, enfim, que há algum problema de roteiro, já que uma história é muito mais interessante do que a outra.


Só que essa sensação não dura mais do que 30 ou 40 minutos. Nos últimos 35 minutos, Dong-seok volta à cena, a ação volta a respirar e o filme entrega algumas das sequências mais impressionantes de ação de 2024 até agora -- ainda que os efeitos especiais sejam um tanto quanto capengas. Você torce, se emociona pelos personagens e fica vidrado na tela da tevê.


Em Ruínas, assim, é um filme sem nada de original em sua história e que acaba se destacando, justamente, quando aposta na vitalidade de seus atores e no que o diretor, esse ex-dublê, sabe fazer de melhor. Não é John Wick, tampouco Mad Max. Mas consegue ser uma distopia de sobrevivência divertida e que faz o espectador ficar engajado em suas quase duas horas.


 

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