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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘Dupla Explosiva’ dá fôlego para gênero de ação nos cinemas

Atualizado: 11 de jan. de 2022


Nos últimos tempos, está difícil achar um grande filme de ação nos cinemas. Excluindo os de super-heróis, apenas John Wick cumpriu o seu papel em 2017, com uma história que vai direto ao ponto. Agora, no entanto, chega um novo filme aos cinemas que deve reavivar os ânimos pelo gênero: o divertido Dupla Explosiva, com a direção de Patrick Hughes (Mercenários 3) e estrelado por Samuel L. Jackson, Gary Oldman, Ryan Reynolds e Salma Hayek.

Com quase 120 minutos de duração, o filme se apoia numa fiapo de história: Vladislav Dukhovich (Oldman) é o líder da Bielorrússia e, pra sobreviver no poder, faz o que é preciso. Mata, sequestra, tortura. A Organização das Nações Unidas, chocada com o que acontece no País, resolve julgá-lo. A única testemunha com provas contra ele, porém, é o criminoso Darius Kincaid (Jackson), que será escoltado para o tribunal por Michael Bryce (Reynolds), um experiente guarda-costas.

A partir desta história, Hughes -- que falhou terrivelmente com Mercenários 3 e agora tenta mostrar seu potencial -- conta uma história de gato e rato, onde Dukhovich tenta impedir que Kincaid chegue ao tribunal. Apesar do roteiro de Tom O’Connor (do fraco Fogo Contra Fogo) ser raso, com diálogos risíveis e bem previsível, o humor convence e a trama prende. Difícil o espectador não rir com as situações criadas ou se animar com a ação do filme -- que é puro tiro, porrada e bomba.

No entanto, toda a essência de Dupla Explosiva está na química entre Samuel L. Jackson e Ryan Reynolds. Apesar de Gary Oldman e Salma Hayek terem bons momentos, a dupla de atores roubam a cena e mostram que o filme foi feito em medida para eles. A atuação dos dois deixa o filme menos genérico do que deveria ser e escapa da fórmula batida de filmes de ação que tem duplas como protagonistas -- como o razoável Dose Dupla e o fraquíssimo Dupla Implacável.

Ryan Reynolds se distancia do humor de Deadpool e faz um tipo mais contido, que tenta se controlar das situações em que se mete. E isso é extremamente divertido quando ele entra em contraste ao humor escrachado de Samuel L. Jackson, que não deve se divertir tanto com um filme desde Os Oito Odiados, de 2015. É uma onda de situações cômicas e cheias de palavrões -- alguns “mother fuckers” fazem até mesmo referência à clássica cena de Pulp Fiction.

Além disso, o filme conta com algumas cenas de ação bem ensaiadas -- como uma ótima perseguição entre carros, motos e um barco. Uma outra cena envolvendo Gary Oldman, Jackson e Reynolds também faz bonito, apesar de um efeito especial bizarro em sua conclusão, que tira toda a magia da sequência. Ponto negativo para a equipe responsável pelos efeitos especiais. No entanto, ainda assim, não é o necessário para tirar o espectador do filme.

No final, Dupla Explosiva não é nenhuma obra de arte. Não é um filme que vai concorrer ao Oscar, nem ser relembrado em outras épocas. Ainda assim, porém, é um filme de ação e de comédia clássico, que irá animar a plateia. Afinal, quem pagar ingresso para este longa não quer um roteiro cabeçudo e nem irá se importar com a fotografia estranha. Pelo contrário: é um filme para desligar a mente, comer pipoca e se divertir. Se aproveitar desta forma, é uma das surpresas do ano.

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