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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Dragon Ball Super: Broly' remete à essência da animação original


Criada por Akira Toriyama, a franquia de Dragon Ball já ganhou corpo em incontáveis mídias. São mangás, animações para televisão, videogames, jogos de mesa, livros, filmes. E é o cinema que recebe nesta quinta, 3, a mais recente novidade do universo de Goku e companhia: o longa-metragem Dragon Ball Super: Broly, que traz uma história típica da animação e que deve agradar os fãs que desejavam uma trama tradicional. Os que buscam história complexa e cheia de bons efeitos, porém, devem se decepcionar.

Dragon Ball Super: Broly começa com o avanço de Freeza pelo universo. De supetão, ele toma o controle do planeta de Vegeta e, do nada, decide matar todos os sayajins do lugar. Alguns, porém, conseguem escapar. Um deles, claro, é Vegeta -- que depois viria a ser um dos personagens mais importantes da série. Outro que escapa é Broly, o filho de um general que, por conta de seu poder extremo, é enviado por precaução para um planeta desabitado. Ao contrário das expectativas, porém, o sayajin poderoso sobrevive.

Como toda boa história de Dragon Ball, então, o novo longa-metragem da franquia se resume a alguns momentos de humor, uma trama rasa que ganha corpo em um momento ou outro e muitas, muitas, muitas cenas de luta. Afinal, com roteiro escrito pelo próprio Toriyama, Dragon Ball Super: Broly retorna às raízes da animação original. Pouco blá-blá-blá e muita porradaria. Sem dúvidas, vai agradar os que queriam um bom refresco após os fraquíssimos O Renascimento de Freeza e A Batalha dos Deuses.

A grande essência do filme, então, é a luta entre Broly, Goku e Vegeta -- com algumas boas inserções de Freeza. Há muito fan service, com rápidas explicações sobre a origem dos sayajins e piadas que só Toriyama poderia fazer. Há certo exagero no uso das cores nas lutas, porém. Na tentativa de deixá-las mais gloriosas e impactantes, há explosões excessivas e que podem causar desconforto. Poderia ser um pouco a menos.

Os personagens são bem aproveitados pelo roteiro. Goku está divertido e poderoso como nunca, Vegeta tem um bom arco e Broly, é claro, se torna o grande destaque. É insano ver o poder dele na tela. Só Freeza que poderia ser um pouco melhor utilizado -- e, ainda mais, poderiam utilizar outros vilões; já passou da hora de Majin Boo, por exemplo, ganhar um destaque mais amplo. Vale destacar a boa dublagem do filme para o Brasil. É evidente a qualidade desse processo no País. Merece aplausos.

Os que não são tão fãs de Dragon Ball também devem se decepcionar. O filme, sem dúvidas, não é um passaporte de entrada para esse universo. O roteiro traz poucas, ou até nenhuma, explicação coerente, mesmo sendo uma história de origem. E a história se resume, basicamente, às sequências de ação. Quem não gosta disso, ou espera algo um pouco mais "cinematográfico", vai se decepcionar. Há pouco conteúdo aqui, por mais que ele satisfaça os fãs. Quer entrar nesse universo? Vá ver primeiros a animação para TV.

Assim, Dragon Ball Super: Broly é um filme que faz o que precisa para os fãs. Traz uma história rápida, de fácil resolução, que vai direto ao que interessa. Mas é preciso atentar que o filme, comandado por Tatsuya Nagamine (de One Piece), também exagera em algumas coisas e não oferece qualquer divertimento para os que entram agora nesse universo. É um filme para poucos. Mas esses poucos, sem dúvidas, vão se divertir.

 

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