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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'D. P. A. 3: Uma Aventura no Fim do Mundo' é filme divertido para as crianças


É incrível o que a franquia Detetives do Prédio Azul conseguiu fazer: bateu o número mágico de 1 milhão de espectadores no cinema, se firmou na TV como um sucesso entre a garotada e, ainda por cima, conseguiu fazer uma bonita jornada nos palcos dos teatros. Não é à toa, então, que o filme chegue em seu terceiro capítulo com o simpático, honesto e divertido D.P.A. 3: Uma Aventura no Fim do Mundo, longa-metragem que estreia oficialmente nesta quinta-feira, 21.


Inesperadamente dirigido por Mauro Lima, de Tim Maia, Meu Nome Não é Johnny e Reis e Ratos, o filme conta a história da turma dos quatro detetives (Pippo, Bento, Berenice e Sol) enfrentando uma ameaça ancestral que afeta o querido porteiro Severino (Ronaldo Reis). Do nada, ele se torna uma pessoa do mal que quer afetar as quatro crianças. A partir daí, começa uma corrida para salvar Severino enquanto também fogem de bruxas (Klara Castanho e Alexandra Richter).


Lima consegue se afastar do tom adulto, sério e ousado de suas outras experiências como diretor para abraçar um filme que repete padrões para contar a história de crianças em uma aventura cheia de fantasia. D.P.A. 3: Uma Aventura no Fim do Mundo segue, assim, o bê-á-bá dos outros dois longas, acertando na emoção e na empolgação dessa história. Quem é fã dos outros dois filmes, assim como da série e da peça de teatro, vai novamente se encontrar na telona.

No entanto, o filme vai além da repetição de acertos. Com um elenco maduro, que sabe como lidar com a pressão de encerrar uma fase de D.P.A. com o último trabalho juntos, D.P.A. 3: Uma Aventura no Fim do Mundo funciona também como homenagem. Traz participações especiais brilhantes (Lázaro Ramos como Elergun está hilário e inesperado, salpicando a trama com magia) e encerra bem esse ciclo de um elenco que cresceu, se firmou e agora se despede.


Além disso, há algo de curioso na trama: impossível não traçar paralelos entre a obsessão de Severino com seu medalhão mágico, que causa a tal mistura de personalidade, com a saga O Senhor dos Anéis. Obviamente, os filmes possuem objetivos diferentes, assim como produções bem distintas. Mas não dá para fazer um paralelo entre Severino e Smeagal com um objeto mágico possuindo a emoção, personalidade e vida daquele que o carrega. Fica mais divertido.


Fica o destaque também para as belíssimas locações de D.P.A. 3: Uma Aventura no Fim do Mundo na Patagônia argentina. A produção conseguiu vencer a natureza avassaladora da região e fez tomadas divertidas, aventurescas e que fazem sentido na neve -- conforme contei no Filmelier, o clima inóspito fazia até mesmo as câmeras congelarem. Mas valeu a pena: ficou bonito, bem filmado e, no final das contas, ainda é uma aventura genuína para a criançada.

 

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