Ao lado de Silvio Santos, Faustão e Flávio Cavalcanti, Chacrinha é um dos maiores comunicadores da televisão brasileira. Trazendo um estilo irreverente do rádio, o apresentador fez história na televisão brasileira ao conversar com camadas mais populares e que geralmente eram esquecidas na grade de programação. E é sobre essa história rica, cheia de altos e baixos, que se debruça o documentário Chacrinha: Eu Vim para Confundir e Não para Explicar.
Estreia desta quinta-feira, 28, o longa-metragem da dupla Cláudio Manoel e Micael Langer (a mesma de Simonal) busca montar o quebra-cabeça que foi a vida de Abelardo Barbosa. Ainda que passei muito rapidamente pela infância do comunicador, o filme toma cuidado em trazer detalhes sobre a formação de Chacrinha. Tudo isso por meio de entrevistas boas, nunca excessivas, e algumas preciosidades que Manoel e Langer pinçam de arquivos e da memória.
Dessa forma, quem é fã do Velho Guerreiro sem dúvidas vai encontrar um material precioso aqui. Há muitas imagens nunca antes vistas e que complementam a experiência de quem já mergulho na vida de Chacrinha e já assistiu ao filme protagonizado brilhantemente por Stepan Nercessian. Por outro lado, quem não é fã também tem espaço neste longa-metragem. Afinal, Manoel e Langer nunca se pautam em assuntos específicos, abrindo espaço para o diálogo.
No entanto, vale ressaltar, que é uma pena como Chacrinha: Eu Vim para Confundir e Não para Explicar não consegue escapar do estilo formulaico de documentários biográficos. Apesar de momentos emocionantes, e alguns bem engraçados, o filme acaba refém da montagem entrevista-arquivo-entrevista. Não há grandes experimentações por parte da dupla de diretores, que poderiam ter investido em brincadeiras narrativas inteligentes a partir da história.
Enfim: Chacrinha: Eu Vim para Confundir e Não para Explicar é um bom longa-metragem sobre o Velho Guerreiro, explorando todos os pormenores da vida atribulada de Abelardo Barbosa. Indispensável para quem gosta de comunicação e televisão brasileira. Afinal, mais do que um de seus centenas de comunicadores, Chacrinha foi um marco. Foi História. E nada mais essencial, na formação de nossa brasilidade, em entender melhor o mito da TV. Viva Abelardo Barbosa!
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