Nos últimos anos, filmes sobre amizades entre mulheres estão ganhando força e atenção nos cinemas. É o caso de Perfeita é a Mãe, A Noite é Delas e, agora, Desperados, um original da Netflix. Dirigido por LP (cineasta do divertido Mr. Mom), o longa-metragem coloca momentos, temáticas e histórias comumente associadas à homens nos cinemas na pele de três amigas.
No papel central, Wesley (Nasim Pedrad, a Dalia de Aladdin). Ela está procurando algum sentido na vida após terminar um relacionamento e não encontrar um emprego. As coisas parecem mudar, porém, quando ela conhece um cara após sair de um encontro desastroso. A conversa é boa, ele é simpático. Mas some após o sexo. Com isso, ela decide mandar um e-mail arrasador.
E é aí que as coisas ficam interessantes. Ele, na verdade, estava em coma. O e-mail, cheio de xingamentos, está preso em um computador no México. E é aí que Wesley vê que fez besteira e, junto com duas amigas (Anna Camp e Sarah Burns), decide viajar para o México afim de apagar o e-mail enviado, ver o amado machucado e, enfim, tentar dar um rumo em sua vida.
A partir disso, a diretora LP se vale de uma montanha de clichês e situações batidas para versar sobre amizade, novos amores e confusões em um resort paradisíaco -- algo que lembra, e muito, a recente comédia besteirol A Missy Errada. Aqui, algumas piadas funcionam, outras passam longe de alguma graça. É um comfort movie engraçadinho, que não diz muita coisa.
Pedrad se mostra como um bom nome dessa nova safra de comédias. Tem algumas sacadas inteligentes, uma boa dinâmica. Fica o interesse de vê-la em mais produções assim. Quanto às amigas e companheiras de cena, o destaque principal fica com Anna Camp (da comédia musical A Escolha Perfeita), que sabe misturar alguns momentos mais sérios com comédia escrachada.
Enfim. Desperados -- que ficou com esse título inexplicável em português, vá entender -- é um filme banal e que não traz grandes transformações. É esquecível, também. No entanto, há de se destacar o protagonismo feminino que a produção traz em uma estrutura narrativa tipicamente masculina nos cinemas. Então é isso: dá pra rir e passar o tempo, mas não é nada espetacular.
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