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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'De Peito Aberto' aborda benefícios da amamentação


Quais os benefícios da amamentação? Deve ser usado suplemento, deve dar algum outro tipo de alimento para o recém-nascido? Quais os riscos de não amamentar? E existe algum risco na amamentação? São essas e outras perguntas que o documentário De Peito Aberto, da cineasta estreante Graziela Mantoanelli, busca responder por meio de entrevistas, relatos e bons acompanhamentos de casos.

Lembrando -- e muito -- a trilogia de filmes O Renascimento do Parto, o longa-metragem começa a jornada de seus 80 minutos com cenas cruas de partos. Nada de censuras ou receios. Mantoanelli coloca as mulheres-personagens exatamente no momento do nascimento de seus filhos. A reação, a dor, a sujeira. Está tudo ali muito bem retratado, evitando qualquer tipo de obviedade ou clichê no tratamento do tema.

Este é o primeiro contato do espectador com a jornada dessas mulheres no mundo da maternidade e, como ressaltado pelo filme, da amamentação. Com uma edição rápida, que vai dando longos cortes temporais nas histórias contadas, De Peito Aberto passa rápido e deixa algumas boas lições. Não há um tom chato no que é contado pela diretora. Tudo ali parece ser muito autêntico, muito verdadeiro. As coisas fluem bem.

É interessante, também, como os temas partem da amamentação, mas não se limitam nele. Muitas das discussões, amparadas pelos relatos dos cotidianos dessas mães e dos especialistas consultados, acabam desaguando em temas interessantes e de amplo interesse social, como o papel da mulher e do homem nas relações, a figura paterna, a influência de gerações sobre cuidados com filhos, mercado de trabalho, dentre outros.

Dessa maneira, De Peito Aberto se torna quase como ágora de discussões. Ele traz assuntos e os leva para a vida e casa das pessoas que os assistem -- não importam se são homens, mulheres, o que for. Há uma boa reflexão. Um pouco banal em sua estrutura, o que tira pontos da produção no geral. Poderia ser um pouco mais ousados em termos estéticos, assim como narrativamente. Fica difícil de ser memorável assim.

Mas é um bom filme. Necessário, ainda mais em tempos em que pessoas continuam a entender a amamentação como um mero penduricalho. E, às vezes, até como algo que não deve ser feito em público -- pois é, coisa do século passado. Este filme, assim, serve como alerta e conscientização social. Merece e deve ser visto, principalmente por quem ainda não entende o papel da amamentação na vida de uma criança e sua mãe.

 

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