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Crítica: 'Convenção das Bruxas' não reinventa, apenas refaz versão original

Foto do escritor: Matheus MansMatheus Mans

Ainda que remakes não sejam tão bem quistos por grande parte da comunidade cinéfila, há algo de legal nesse tipo de filme: a reinterpretação. É interessante quando grandes diretores pegam uma história e dão seu toque pessoal. Seu olhar. É o caso de A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Tim Burton. Ou Bravura Indômita. Mas não é isso que acontece em Convenção das Bruxas.


Dirigido por Robert Zemeckis (De Volta pro Futuro, Forrest Gump), o longa-metragem é mais uma adaptação do livro de Roald Dahl — mesmo autor de O Bom Gigante Amigo, A Fantástica Fábrica de Chocolate, dentre outros. Ou seja: a ideia, desde o início, era dar um olhar mais próximo à obra original, um pouco diferente do que foi feito no querido longa-metragem de 90.


No entanto, ainda assim, a história é bem similar: um garoto (Jahzir Bruno) perde os pais em um acidente de carro e vai morar com a avó (Octavia Spencer). Mal e sem ânimo para o dia a dia, o rapaz acaba aceitando o convite da avó para uma viagem à um hotel de luxo da região. É lá, então, que o menino entra em contato com um clã de bruxas liderado por Anne Hathaway.

Assim, pode-se dizer que as mudanças entre o filme de 1990 para esta produção de Zemeckis é mínima. Os efeitos especiais, obviamente, estão melhores — ainda que o primeiro longa-metragem assuste mais. Além disso, o elenco é excelente. Hathaway (Os Miseráveis) encarna bem o papel de bruxa-líder. Spencer () assusta de verdade. E Bruno (Atlanta) vai bem.


Mas, como dito, Zemeckis perde uma oportunidade de ouro em colocar sua visão como cineasta na história. Ele repete tudo passo a passo, inclusive alguns ângulos da produção de outrora. Tudo bem que ele "limpa" o filme de algumas besteiras, como a bruxa ajudante que se redime e que não faz sentido algum. Só que não é o bastante para o remake ser, enfim, justificável.


Não há toques de grande cineasta aqui, apesar de Zemeckis ser um. É um remake banal, como os que a Disney tem feito e que, realmente, se encaixa apenas para exibição na TV — vale dizer que, nos Estados Unidos, o longa chegou direto para o HBO Max. Enfim. Convenção das Bruxas é divertido e reaviva algumas boas histórias. Mas, ainda, fica perdido no mar de remakes por aí.

 
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