O que esperar de um longa-metragem, em live action, inspirado no antigo desenho animado do Clifford, o famoso cachorro vermelho gigante? Desde o anúncio este projeto soa, no mínimo, um pouco estranho. Mesmo quem não é familiarizado com o programa infantil sabe que colocar um enorme cão vermelho em computação gráfica interagindo com pessoas reais é uma ideia arriscada. Enfim, Clifford: O Gigante Cão Vermelho finalmente terá a sua estreia nesta semana, dia 02 de dezembro, nos cinemas brasileiros.
Dirigido por Walt Becker, o filme mostra a vida de Emily (Darby Camp), uma menina com dificuldades de se adaptar à nova escola, devido ao bullying e por conta da falta de amigos. Além disso, enquanto a mãe parte para uma viagem a trabalho, ela precisa passar alguns dias com seu tio Casey (Jack Whitehall). No primeiro dia a caminho da escola com o tio, Emily se depara com um lugar com animais misteriosos administrado pelo Sr. Bridwell (John Cleese). Nele, a garota encontra Clifford, um pequeno cachorrinho vermelho, pelo qual se apaixona na hora.
No entanto, o tio Casey não a permite ficar com o cachorro, pois acha que seria uma decisão irresponsável. Mas, na mesma noite, Emily encontra Clifford escondido em sua mochila da escola, então consegue convencer o tio a ficar com ele. Contudo, da noite para o dia, Clifford passa por um mágico surto de crescimento, tornando-se um cachorro gigante de 3 metros de altura. Ao longo dos dias seguintes, o gigante cão vermelho impacta positivamente na vida de Emily, ensinando a menina sobre aceitação e amor incondicional.
Como é possível perceber, a narrativa segue a mesma estrutura clássica que lembra os bons e velhos filmes que assistimos na televisão aberta. Não há nada muito expressivo que faça o filme ser suficientemente relevante. No entanto, isso não representa algo negativo. Do começo ao fim, ele entrega o que propõe: uma aventura para a família se divertir.
Sim, o longa é recheado dos mais variados clichês, personagens exageradamente caricatos e traz um roteiro bem fraquinho. Apesar disso, a história não agride ninguém, pelo contrário. Mesmo com tantos defeitos, o filme diverte e agrada. O relacionamento entre Clifford e Emily, com certeza, é o ponto forte da narrativa. A história estabelece uma relação de amizade e amor sem ser apelativa, como vemos na grande maioria dos filmes de cachorro. Os protagonistas possuem uma química envolvente que funciona o tempo todo.
Por outro lado, a computação gráfica de Clifford deixa muito a desejar. Especialmente no começo, quando o cãozinho ainda não se tornou gigante, fica nítido que aquilo não é um cachorro de verdade. Quando ele cresce, os efeitos visuais melhoram um pouco, mas continua sendo bem precário. Pode parecer algo secundário, mas em um filme cujo destaque é um cachorro vermelho de 3 metros, precisa-se de foco total nesse quesito. O fato da computação gráfica ser mal feita atrapalha muito a imersão, sobretudo os nossos sentimentos em relação ao personagem.
Vale a pena ressaltar que, no desenho, fazem de Clifford um cão falante, com sentimentos e emoções. Aqui, ele é apenas um cachorro se comportando como qualquer outro, porém sendo vermelho e gigante. Sendo assim, seu papel neste filme muda completamente, já que ele serve para fazer Emily entender sobre a importância das diferenças. Uma mensagem sempre muito bem-vinda para o público infantil.
Enfim, Clifford: O Gigante Cão Vermelho não possui nada de muito chamativo, mas não deixa de ser um filme simpático para as crianças. Através de uma história bem bobinha, com um tom bem infantil, o filme acerta em focar no relacionamento entre Clifford e Emily sem precisar se render à apelação. Se estiver procurando por um filme para assistir com as crianças nos cinemas, pode ser uma boa escolha.
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