Foi no começo de 2020 que um documentário começou a fazer barulho nas redes sociais: Framing Britney Spears. Parte de uma série de documentários do The New York Times, o longa-metragem chegou ao Brasil pela Globoplay e chamou a atenção ao mostrar detalhes da vida de Britney Spears. Afinal, sumida da mídia, ela enfrentava a tutela jurídica completa de seu pai.
Ou seja: não podia tomar qualquer decisão sozinha sem consultá-lo antes. Queria ir em algum lugar jantar com um amigo? Precisava pedir permissão. Queria dar uma volta de carro? Precisava de toda uma preparação. Não podia decidir nada sozinha. Um absurdo completo, com vezes de abuso moral, que foi denunciado pelo longa-metragem. Agora, a Netflix corre atrás.
Afinal, depois do sucesso absoluto de Framing Britney Spears, o streaming lança nesta terça-feira, 28, o longa-metragem Britney x Spears. Dirigido por Erin Lee Carr (Mamãe Morta e Querida), o filme busca trazer detalhes principalmente dessa relação de Britney com seu pai, aprofundando ainda mais sua condição como tutelada numa situação sem qualquer limite.
Para quem não conhece a história ou não assistiu ao bom Framing Britney Spears, há uma boa quantidade de informações por aqui. Carr apresenta não apenas entrevistas essenciais para entender essa história, como também traz documentos que não tinham sido mostrados até então, obtidos com uma fonte anônima. As histórias ficam ainda mais certeiras e confirmadas.
No entanto, para quem já viu Framing Britney Spears, não há absolutamente nada de novo em Britney x Spears. O longa-metragem da Netflix é, em resumo, apenas o serviço de streaming correndo atrás do prejuízo para ter uma produção sobre essa história para chamar de sua. Não há nada a ser acrescentado, afinal, e as produções começam e terminam de formas similares.
Fica a dúvida se o longa-metragem era realmente necessário agora. Será que não seria melhor ter esperado as coisas esfriarem e a tutela, quem sabe, ser finalmente revogada em algum momento entre 2021 e 2022? A Netflix poderia ter esperado para vir com uma entrevista com a própria Britney, por exemplo. Parece que o streaming se apressou e fez mais do mesmo.
Deixando claro, Britney x Spears não é ruim. Longe disso. Tem informações completas, boas entrevistas, boa pesquisa de arquivo. Mas simplesmente não consegue avançar na discussão que um outro filme já trouxe bem antes. A Netflix talvez precise aprender a esperar um pouco mais. Pode até pegar audiência e fazer certo barulho. Mas não surpreende como cinema.
Britney sumida da mídia? esta maluco? A Britney é uma das cantoras mais famosas de todos os tempos, nunca esteve sumida.