Qual a importância das novelas na cultura brasileira e, até mesmo, na vida de pessoas ao redor do mundo? É justamente essa questão que Brasileiríssima tenta responder. Dirigido por André Bushatsky (No Outro Encontro Você), o longa-metragem chegou aos cinemas na última quinta-feira, 9, e deve emocionar os que são fãs de novelas, apesar de claros percalços no caminho.
Primeiramente, Brasileiríssima começa daquele jeito que sempre criticamos -- como um artigo filmado da Wikipédia. Sem muitas surpresas ou grandes momentos, Bushatsky entrevista personalidades importantes da televisão para saber sobre a história das novelas, mas com uma especial atenção principalmente para o que foi produzido pela TV Globo, produtora do filme.
Há alguns depoimentos inexplicáveis, como de Tadeu Schmidt e Poliana Abritta, mas a maioria tem algo em prol do tema. Difícil não se emocionar com algumas lembranças de boas novelas.
A tentativa de Bushatsky em diferenciar Brasileiríssima desse "cinema de Wikipédia" reside em depoimentos de pessoas comuns, do Brasil e do mundo, que falam sobre como as novelas mudaram suas vidas. Há boas histórias (principalmente da jovem deficiente visual portuguesa), mas nada que realmente diferencie o documentário do banal, do convencional. Mais do mesmo.
Assim, Brasileiríssima deve emocionar aqueles que são realmente fãs de novelas, que veem os folhetins como parte de suas vidas. Mas fica nisso. Não passa do convencional e chega até a ter uma desconfortável cara de produto publicitário da Rede Globo. Faltou ousadia e a noção de que documentário é cinema. E, sendo cinema, precisa ter narrativa. Algo que não encontramos aqui.
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