O longa-metragem Bob Esponja: O Incrível Resgate foi uma daquelas baixas do cinema por conta da pandemia. Afinal, lá no começo do ano, estava programado que a Paramount iria pôr o longa-metragem nas telonas. Adiaram o filme e, dada a situação instável, acabaram vendendo-o para a Netflix. E o filme, após toda essa novela e idas e vindas, chegou ao catálogo nesta quinta, 5.
Dirigido e roteirizado por Tim Hill (de Garfield 2 e Alvin e os Esquilos), o longa-metragem segue a trilha dos filmes anteriores de Bob Esponja: jornadas com objetivos específicos e que, geralmente, vão para além da Fenda do Biquíni. Aqui, mais especificamente, Bob e Patrick saem em busca de Gary, o caramujo de estimação da esponja marítima que é sequestrado.
A partir daí, Hill segue por dois caminhos. Por um lado, brinca com nostalgias do espectador: tem vários pequenos easter eggs na construção da Fenda do Biquíni, algumas brincadeiras com a personalidade dos personagens e tudo desse tipo. É difícil, diria quase impossível, não sentir uma pontada de alegria e não soltar um sorriso -- nem que seja um sorriso de canto de rosto.
No entanto, o cineasta e roteirista não vai apenas por esse caminho. Hill também brinca ao explorar os horizontes de Bob Esponja. Há uma passagem com Keanu Reeves -- que não é uma surpresa pra ninguém, já que está até no material de divulgação -- que busca atrair um outro tipo de público. A construção da trilha sonora e alguns momentos mais "bobinhos", também.
O fato é que Tim Hill, aqui, tinha a necessidade de colocar Bob Esponja nas telas após a morte do criador do personagem enquanto também busca novos públicos para esse personagem -- afinal, gerações que cresceram assistindo a Bob Esponja, como eu, já não são mais tão afeitas a desenhos animados. É preciso, neste momento de tantas informações, conquistar o seu público.
Assim, enfim, Bob Esponja: O Incrível Resgate é um filme gostosinho de ver, mas que tem aquele clássico problema de produções que tentam acertar em vários públicos: falta de coesão. Por um lado, tem piadas bobinhas para os bem pequenos. Por outro, há tentativas de resgatar os mais velhos. No meio do caminho, ainda há momentos bizarros, como a sequência bizarra de zumbis.
Falta muito uma linguagem mais coesa, como foi o caso de Bob Esponja: Um Herói Fora D'Água. Talvez seja a hora dos criadores do personagem decidirem em ir por um caminho mais inteligente e entender de uma vez qual será o futuro do personagem. A revolução do visual já veio aqui neste filme, mas e a revolução da história? Um próximo filme pode ser um caminho.
Comments