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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: ‘Boa Noite’ coloca espectador na intimidade de Cid Moreira


Durante décadas, o locutor e apresentador Cid Moreira foi um dos rostos e vozes mais conhecidos do Brasil. Afinal, toda noite, ao lado do colega Sérgio Chapelin, entrava ao vivo para apresentar as últimas notícias do Brasil e do mundo no Jornal Nacional. Era o que William Bonner é hoje, só que com mais intensidade. Afinal, era um mundo analógico.


Agora, no bom documentário Boa Noite, a intimidade e a personalidade de Cid é desvendada e revelada sem filtros. Selecionado para o É Tudo Verdade 2020 e com direção de Clarice Saliby, o longa-metragem de apenas 73 minutos mostra Cid, com mais de 90 anos, no seu dia a dia. Em casa, na banheira, fazendo escalda-pés ou trabalhando.


É, enfim, um mergulho completo neste homem que se tornou a voz do Brasil de uma época. E é inegável que Saliby faz isso com louvor. Percebe-se que Cid deu acesso irrestrito à documentarista, o que enriquece o filme e ajuda em dois pontos. Primeiramente, na desconstrução do Cid Moreira sisudo das telas. Depois, para entender que era e quem foi.

Obviamente, por conta dessa intimidade e proximidade do entrevistado-protagonista, este não é um filme que busca trazer várias facetas e, com isso, entrevistar várias pessoas para ter outros olhares e contrapontos. É um filme-homenagem, que traz um olhar único do próprio retrato. Enfraquece um pouco o filme, mas Saliby acerta em admitir isso de cara.


Destaque, também, para a edição esperta do documentário. Ao invés de fazer algo apenas monotom e até um pouco cansativo, Boa Noite brinca com as entrevistas que tem com Cid e com o vasto material de arquivo. Traz significados para momentos apenas com a sobreposição de cenas, sequências, entrevistas. Dá uma agilidade interessante ao filme.


Assim, Boa Noite é um bom documentário biográfico. O acesso que a diretora teve à vida do narrador e apresentador traz momentos inéditos, alguns imortalizando a figura e personalidade de Cid. É, enfim, um documento histórico. Sem dúvidas, no futuro, será uma peça essencial para compreendermos melhor Cid Moreira e sua contribuição à televisão.

 
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