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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Bad Boys para Sempre' é diversão sem complicação


Vamos admitir: os dois primeiros filmes da franquia Bad Boys são insuportáveis. O primeiro tem seu charme noventista, Martin Lawrence inspirado e uma aura brega interessante, mas Michael Bay embala tudo isso em uma bagunça sem graça. Já o segundo nem ao menos tem os elementos positivos. Por isso, é natural que Bad Boys para Sempre chegue cheio de suspeitas.


Mais natural ainda é se surpreender com a boa qualidade do longa-metragem, que fecha a trilogia. Não que seja um espetáculo ou digno de Oscar. Nada disso. Os vilões são patéticos, as coincidências são bizarras e Martin Lawrence perdeu o vigor. Mas, sem dúvidas, este é o mais divertido, o mais bem dirigido e o mais recompensador dos três filmes dessa instável franquia.


Para isso, Bad Boys para Sempre assume um ar de fim de festa desde o começo. Mike (Will Smith) e Marcus (Lawrence) estão velhos e este último começa a pensar seriamente na aposentadoria. As coisas complicam de vez, porém, quando um atirador misterioso começa a perseguir o personagem de Smith. A dupla, então, irá encarar a missão definitiva da carreira.


Pela primeira vez com Michael Bay (Transformers) longe da direção, a franquia ganha um ar novo. A nova dupla de diretores, Adil El Arbi e Bilall Fallah, sabe como dirigir ação e possui um timing cômico interessante, dando vitalidade para a produção e impedindo que o ritmo caia. E Lawrence, longe dos cinemas desde Vovó...Zona 3, está desgastado, mas ainda causa riso.

Will Smith está bem -- melhor do que nos outros dois -- mas continua sem ter muito o que fazer. Acaba correndo de um lado pro outro, fazendo algumas piadinhas e, no final, é só sombra de Lawrence. Já o elenco de apoio é jogado no lixo: Vanessa Hudgens (High School Musical) tem seu potencial físico desaproveitado e Paola Nuñez está encantadora, mas some na narrativa.


O grande ponto, porém, é que Bad Boys para Sempre tem aquilo que Velozes e Furiosos tinha lá no começo: divertimento de ação sem compromisso. Adil e Bilall não querem nada muito complicado aqui. Dessa maneira, simplificam a trama ao máximo para valorizar a experiência de ter um filme de ação com bons efeitos, personagens consolidados e piadas quase prontas.


O grande calcanhar de Aquiles aqui, porém, é o roteiro preguiçoso de Joe Carnahan (Desejo de Matar), Peter Craig (12 Heróis) e o estreante Chris Bremner. Ainda que eles compreendam a dinâmica dos personagens com tranquilidade, há muitas banalizações e coisas jogadas ao vento aqui -- a história de uma vilã mexicana que mexe com bruxaria é de uma tosquice bizarra.


Não há problemas em ter uma história simples. Os próprios diretores, como já ressaltado, seguem por esse caminho. O problema é quando ele vai por caminhos bobos e quase infantis.


E o terceiro ato... Bem, no terceiro ato muitas das coisas construídas pelos diretores cai por terra. Há explosões demais, exagero em todo lugar. As coisas não fazem sentido e a direção fica bagunçada -- ninguém entende nada, cenas acabam e começam num passe de mágica. Parece que Michael Bay, além de fazer uma ponta como ator, também pediu para dirigir uma cena.


Ainda assim, o resultado final é mais do que positivo. Bad Boys para Sempre é divertido, interessante, empolgante, descompromissado. É aquele tipo de filme que te faz sair leve do cinema, deixando fora da sala as preocupações com a vida real. E nada melhor do que isso em tempos turbulentos. Tomara que, em próximos filmes, continuem assim, Sai pra lá, Michael Bay!

 
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