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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Back with the Ex' é bobagem divertida da Netflix


Programas de relacionamento são uma constante no mundo da televisão. Só no Brasil, nomes como Silvio Santos, Celso Portiolli e Daniella Cicarelli comandaram atrações clássicas da TV nacional que juntavam pessoas em busca de um amor verdadeiro -- ou não. Agora, a Netflix embarca nesse gênero com a produção australiana Back With The Ex. Aos moldes do programa De Férias com o Ex, da MTV, a atração reúne quatro casais de ex-namorados que pensam em dar uma nova chance ao amor. A partir daí, claro, muitas frustrações, angústias e romances irão florescer. É uma bobagem divertida.

Não dá pra dizer que o programa é a redescoberta da roda ou coisa do tipo. Como ressaltado, o formato possui dezenas e dezenas de variações e já faz parte da cultura popular. O diferencial aqui, claro, está no fator de que essas pessoas já se conhecem e já passaram por um relacionamento no passado. Mas no mesmo passo que isso é um diferencial, também é uma dor de cabeça para a produção, que precisará se revirar para obter êxito em juntar essas pessoas e impedir que ela desistam de tudo antes do sétimo e último episódio. Uma tarefa que, por vezes, se revela extremamente difícil.

Há um claro acerto, porém, na escolha do elenco -- extremamente diverso, divertido e com apelo para o público. Há o casal de novinhos simpáticos, com Cam e Kat; os que têm tudo para não dar certo, com Meg e Jeremy; o casal complicado, com Lauren e o machista Erik; e o casal cinquentão que se conheceu na juventude e vive um romance puramente sexual, com Peter e Diane. São duplas contrastantes, com diferentes perspectivas e objetivos de vida, que ajudam a fazer com que o programa funciona com a maioria dos públicos. Todo mundo ali consegue se identificar, se divertir, sofrer.

Essa torrente de emoções, que surgem das mais variadas e banais situações do dia a dia, também são potencializadas por conta da produção do programa, que insere elementos que plantam intrigas e momentos complicados entre os casais -- afinal, qual seria a graça se tudo fosse um mar de rosas? São situações por vezes forçadas e artificiais, mas que funcionam. Só fica estranho quando a coisa não é resolvida com a clareza necessária. Por exemplo: quando Peter e Diane entram num entrevero por conta de um vídeo e, no episódio seguinte, já está tudo lindo e maravilhoso. Falta edição aí.

Mas, de resto, o programa é daqueles que você assiste sem compromisso, sem prestar muita atenção, e se diverte à beça -- como todos os programas de namoro existentes. É um divertimento banal, sem qualquer tipo de profundidade, só pra passar o tempo. E atire a primeira pedra quem nunca buscou, desesperadamente, algum tipo de entretenimento desse tipo. Todo mundo precisa, todo mundo quer em algum momento. E Back With The Ex consegue suprir essa necessidade e mostra como a Austrália, junto com o delicioso Instant Hotel, é uma ótima criadora de reality shows. Diversão sem fim.

 

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