A premissa de Armas em Jogo é absolutamente absurda, além de muito divertida. Afinal, a história começa com Miles (Daniel Radcliffe), um cara que odeia o trabalho e que gosta de “trollar” os outros nos em jogos de computador. Até que um dia, ele mexe com um chefão do crime (Ned Dennehy), que o coloca para efetivamente jogar o jogo que ele tanta gosta e se diverte. A missão? Matar a melhor jogadora, Nix (Samara Weaving), nas ruas da cidade.
Muita coisa no filme é desconjuntada. A história de Jason Lei Howden — que também é o diretor — demora a engrenar, muita virada do roteiro é facilitada e algumas coisas não se encaixam.
No entanto, é inegável de que Armas em Jogo tem um visual empolgante. Ao melhor estilo de um jogo real de videogame, com fases, um "chefão" e câmeras que dão a impressão de estarmos acompanhando um personagem real nas telas, o longa-metragem acerta mais do que muitas adaptações de videogames por aí — como exemplo, temos Tomb Raider, Warcraft e até a Resident Evil. Não tenho dúvidas de que Howden logo irá dirigir alguma adaptação do tipo.
E ainda que Radcliffe (Harry Potter e a Pedra Filosofal) esteja bem, como sempre acontece com ele em papéis realmente estranhos, é Samara Weaving (A Babá) quem rouba a cena. Ela encaixa perfeitamente no papel de uma mulher durona, que não pensa duas vezes antes de partir para a violência, e acaba fazendo uma boa dupla com Radcliffe. A atriz está trilhando um caminho robusto em Hollywood, cada vez mais consolidada em papéis de ação, suspense e porradaria.
O final de Armas em Jogo talvez seja o momento mais anticlimático, infelizmente. Tem uma reviravolta desencaixada, algumas redenções que não funcionam e termina sem concluir realmente bem o roteiro e a premissa proposta. Afinal, Jason Lei Howden mirou muito alto na construção da história e acabou não encontrando meios de finalizá-la. Uma pena. pois tinha potencial de mais. Mas, ainda assim, é um longa-metragem empolgante e bem divertido.
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