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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore' melhora, mas ainda falta coração


Incrível como Harry Potter e as Relíquias da Morte fechou os trabalhos do garoto bruxo em alta, com um cenário mais do que favorável para que novas histórias fossem contadas a partir disso. Não foi surpresa alguma, então, quando a Warner Bros. anunciou o lançamento de Animais Fantásticos e Onde Habitam, sobre de Newt Scamander. Não era um grande filme, mas divertiu. Até que chegou o segundo longa da franquia: um fiasco retumbante, dentro e fora das telas.


De um lado, JK Rowling começou a fazer declarações transfóbicas que colocaram um amargor na boca de fãs ao redor do mundo, que simplesmente não conseguiram engolir tanto preconceito dessa autora que sempre falou sobre temas sociais em Harry Potter. De outro, estava Johnny Depp. Primeiramente, ele foi acusado de ter agredido física e psicologicamente a ex-esposa Amber Heard. Depois, descobriram que a violência era mútua. Mas já era fim da linha.


Depp está queimado em Hollywood, assim como Rowling. Como continuar com Animais Fantásticos, ainda mais depois do fiasco do segundo filme? A Warner Bros. não desistiu. Demitiu Depp e escondeu Rowling. Colocou Mads Mikkelsen como o substituto do papel do mago Gerardo Grindelwald e colocou a narrativa ainda mais focada em Dumbledore. E assim chega aos cinemas, nesta quinta-feira, 14, o conturbado Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore.

Dirigido novamente por David Yates (dos outros dois filmes e de Ordem da Fênix, Enigma do Príncipe e das duas parte de Relíquias da Morte), o longa-metragem mostra Grindelwald ganhando cada vez mais poder, principalmente por meios políticos. Do outro lado, Dumbledore (Jude Law) organiza um time (Newt e Theseus Scamander, Jacob Kowalski, Lally e Yusuf Kama) como a última chance de defesa contra o mago que começa a ganhar poder e mais apoio.


Os Segredos de Dumbledore, assim, é um filme com um forte teor político, algo bem distinto dos outros dois longas, e que tenta voltar às origens do primeiro longa-metragem ao colocar as criaturas fantásticas com mais tempo de tela. É um filme mais próximo de Animais Fantásticos e Onde Habitam do que Os Crimes de Grindelwald -- e isso já é um acerto por natureza. Há mais cuidado no texto de Rowling e Steve Kloves (de toda a saga Harry Potter) em ser menos confuso.


Tudo certo, tudo maravilhoso? Não, ainda longe disso. Os Segredos de Dumbledore volta a comprovar que esta é uma franquia sem alma, sem coração. Qual o real objetivo de Animais Fantásticos? A história de Newt ficou totalmente de escanteio -- está mais pra coadjuvante. Grindelwald só ameaça e não faz nada há três filmes. Nem sombra do que Voldemort fez. Além disso, a graça do primeiro filme (a aventura e os tais animais) ficou perdida no tempo e espaço.


Atores até se esforçam, principalmente Law e Mikkelsen, mas não saem da orientação robótica de David Yates, algo que é visto desde a franquia Harry Potter. Há apenas tentativas individuais de levar algum charme para um filme que nasceu errado e que, infelizmente, parece estar enterrando a empolgação geral com Harry Potter. Afinal, por mais que acerte um pouco o rumo, é filme de nicho. De bolha. Fãs vão amar. O público geral vai esquecer a história no dia seguinte.

 

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