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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Amor Sertanejo', na Netflix, faz passeio pelo importante gênero musical


O que é o sertanejo? É Tonico & Tinoco, Milionário & José Rico, Inezita Barroso? É Zezé di Camargo & Luciano, Daniel, Chitãozinho & Xororó? Ou, então, é um estilo universitário, com Jorge e Mateus, Fernando e Sorocaba e afins? É sobre essa multifacetada característica do sertanejo, e sua jornada de transformação, que se debruça o bom filme Amor Sertanejo.


Dirigido por Fabrício Bittar, que deixa a comédia besteirol de lado, o documentário fala sobre as várias faces do sertanejo e, principalmente, questiona o que o gênero se transformou. Afinal, começou com a simplicidade da roça, avançou para um sucesso nacional sem limites, e agora é algo que flerta com outros gêneros e se consolida como principal e mais rentável estilo no País.


O grande diferencial, aqui, é que Bittar não escolher simplesmente contar essa história de forma apática. Ele, na verdade, coloca um olhar analítico sobre o gênero -- algo necessário, tamanho o impacto do estilo. Afinal, mais do que falar sobre essa transformação da música regional para uma pegada mais pop, o filme traz um senso crítico raro de ser visto em outras produções.

Há provocações, há reflexões e questionamentos. Ainda que seja perceptível a falta de entrevistados essenciais, como As Irmãs Galvão, César Menotti & Fabiano e Zezé di Camargo & Luciano, o importante está ali, destacado em rápidos 78 minutos. O espectador consegue mergulhar nos hits e na história do gênero enquanto também encontra uma certa reflexão.


E o melhor de tudo, afinal de contas: Amor Sertanejo não é um documentário apenas para fãs de sertanejo. Mas sim para todos que gostam de entender mais sobre música e como a indústria tem se transformado nos últimos anos. É algo que vai além das barreiras de um gênero musical. Entende os caminhos, os pontos de transformação, o futuro sem preconceitos ou facilitações.


Amor Sertanejo, assim, é uma boa surpresa que chega ao catálogo da Netflix. Um filme para cantar junto, pensar, entender os caminhos da música brasileira. Mas saiba: independente de ser fã ou não do gênero musical, você vai ficar pensando por um tempo sobre os caminhos da música no Brasil, suas limitações e todo o mundo de possibilidades que está se abrindo por aí.

 
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