Quem diria que uma empresa que começou como uma locadora por correspondência chegaria, décadas depois, a contratar três estrelas absolutas do cinema mundial? Dwayne Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot se juntam em Alerta Vermelho, longa-metragem original da Netflix de aventura e de ação que chega nesta quinta, 4, aos cinemas, e no streaming em 12 de novembro.
Dirigido e roteirizado por Rawson Marshall Thurber, de filmes como Família do Bagulho e Arranha-Céu: Coragem Sem Limite, o filme é uma típica história de assalto. Afinal, tudo começa com Nolan Booth (Ryan Reynolds), um assaltante de obras de arte roubando um histórico ovo de ouro da Cleópatra. No entanto, logo ele é pego por um agente da Interpol (Dwayne Johnson).
Tudo certo? Claro que não. Logo esse tal agente descobre que foi vítima de uma emboscada — assim como o assaltante interpretado por Reynolds — de um vilão misterioso chamado Bispo. É o início de uma jornada para os dois correrem atrás dos ovos verdadeiros e mostrarem para a Interpol que não são culpados do sumiço dos artefatos. Aí já dá pra prever como será a trama.
A partir disso, Marshall Thurber faz uma mistura curiosa de gêneros e estilos. Afinal, há a ação dessa trama de assalto, há a comédia natural vinda de Ryan Reynolds, há a aventura da busca por esses ovos. É uma mistura que, ainda que um tanto quanto batida nos últimos anos, funciona bem. Reynolds, que faz seu papel de sempre, está particularmente espirituoso por aqui.
As quase duas horas de duração, assim, passam relativamente rápido e Thurber se sai bem na direção de momentos mais intensos. No entanto, nem tudo são flores. Primeiramente, há a sensação frequente de "reciclagem". Reynolds faz o mesmo papel de Deadpool, Johnson faz seu personagem de sempre... Só Gal Gadot, apaixonante como sempre, consegue sair da mesmice.
Ainda assim, porém, há um momento particularmente bizarro da atriz em uma festa, com esse belíssimo vestido da imagem de destaque. Lembra alguma coisa de Liga da Justiça? Pois é.
Alerta Vermelho também tem alguns problemas graves de efeitos especiais, como uma cena de um carro em uma mina que deixa o chroma key mais do que óbvio, e algumas saídas um tanto que óbvias. O final tem uma reviravolta que deve deixar muita gente surpresa, mas é isso: Marshall Thurber nunca trouxe sequer uma dica na trama. É apenas o choque da revelação. E só.
Este filme é, assim, uma das apostas mais altas da Netflix nos últimos anos. Divertido, deve agradar o grande público em busca de um blockbuster para assistir e passar o tempo sem sair do sofá de casa. Poderia ser mais ousado, criativo, diferente? É claro. Mas será que, às vezes, não queremos apenas assistir a alguma coisa do tipo sem se preocupar muito?
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