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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Agência do Amor', da Netflix, traz mesmice para falar de desilusão amorosa



Já usamos essa frase aqui no Esquina diversas vezes, mas é preciso repetí-la novamente: é impressionante como a Netflix, muitas vezes, parece uma indústria produzindo o mesmo produto, um atrás do outro, apenas com pequenas variações. É essa a sensação que surge com o novo Agência do Amor, longa-metragem alemão que estreou na Netflix nesta quarta-feira, 14.


Dirigido por Shirel Peleg, de Kiss me Kosher, o filme traz dois personagens totalmente opostos: Maria (Rosalie Thomass), a terapeuta que lida especificamente com pessoas enfrentando desilusões amorosas, e Karl (Laurence Rupp), um jornalista que quis desmascarar a terapeuta e que, após ser demitido de seu trabalho, acaba embarcando em um retiro com a especialista.


É preciso dizer como a história acaba? Obviamente, não é necessário. Peleg traz uma direção absolutamente convencional em que fala sobre os descaminhos do amor da forma mais ingênua e banal possível. Não há qualquer surpresa na abordagem e na criação narrativa dessa agência especializada em desamor. É preto no branco, simples demais, irritantemente óbvio.


Agência do Amor perde a boa oportunidade de transformar essa trama de um homem que vê o amor e o sexo como coisas passageiras versus uma especialista que trata esses assuntos como algo quase racional em um drama romântico diferente do comum -- como um Amor Sem Escalas, que fala sobre a fugacidade dos encontros. Só que, claro, o filme da Netflix não vai além.


Enquanto caminho pela estrada da obviedade, Agência do Amor não faz graça, não empolga e tampouco é um filme bonitinho -- como o recente Upgraded, do Prime Video. Há um mundo de mesmice que traz um certo desânimo sobre o que o cinema pode ser, feito desse jeito automático, sem vida, e que apenas quer catapultar sentimentos que outros filmes já causaram.


Não há, assim, qualquer discussão nova nos mais de 90 minutos de Agência do Amor. Todos os caminhos dessa história chegam nos mesmos lugares (redenção amorosa, opostos que se atraem, famílias disfuncionais e por aí vai), sem nunca encontrar espaço para a novidade. Pode até agradar os fãs do gênero, que querem sempre o mesmo, mas será esquecido logo mais.


 

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