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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'A Última Noite' é filme tenso que poderia ir além na provocação


Mistura um tanto quanto óbvia de Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo, Melancolia e O Nevoeiro, o longa-metragem A Última Noite é daquelas produções que devem deixar o público um tanto quanto dividido -- não tanto quanto Matrix Resurrections, mas com o mesmo sentido. Afinal, o longa-metragem dirigido e roteirizado por Camille Griffin, é provocativo do início ao fim.


A trama acompanha família e amigos que vão passar a noite de Natal juntos. Só que nada de vida normal: Griffin, que faz sua estreia na direção de longas, coloca essa ceia de Natal no fim do mundo. Isso mesmo. Os personagens estão fazendo uma última confraternização antes que todos ali sejam dizimados por uma névoa que está chegando no Reino Unido e deve aniquilar.


A partir daí, A Última Noite mostra como essas pessoas (liderada pelo núcleo familiar vivido por Keira Knightley, Matthew Goode e Roman Griffin Davis) reagem ao fim eminente. Alguns celebram, outros não querem saber de tomar uma pílula, dada pelo governo, para que terminem com o sofrimento. Há um bom mosaico social ali, mostrando os diferentes tipos de reação.

Roman Griffin Davis, o protagonista de Jojo Rabbit, rouba a cena como essa criança inconformada com o fim do mundo, enquanto Knightley e Goode acabam um pouco apagados. O restante do elenco não conta com grandes destaques, com exceção de Lily-Rose Depp que, desgostosa com a forma dos mais velhos conduzirem a família, se torna um incômodo.


Além disso, fica a sensação de que Griffin poderia ter pesado um pouco mais a mão. Estreante, parece que houve receio de ir além -- apesar do final ser bastante incômodo. Poderia ter se aproximado mais de um O Nevoeiro, com pessoas realmente desesperadas. Afinal, será que todos iriam aceitar tão bem assim o fim do mundo? Claro que há crítica nisso, mas... Será?


Enfim: A Última Noite é um filme com ideias interessantes, que traz algumas provocações e dá alguns cutucões, mas que poderia ir além. A certeza, ao final, é de que Griffin Davis realmente é um acontecimento e, nos próximos anos, veremos muito do menino por aí. Enquanto isso, A Última Noite se torna opção, daqui pra frente, para um filme de Natal fora do convencional.

 

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