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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata' é bom filme da Netflix


Lily James é uma estrela em ascensão no cinema. Com forte sotaque britânico e uma naturalidade em suas interpretações, a atriz já chamou a atenção em filmes como Cinderela, A Exceção, Baby Driver e, mais recentemente, no divertido Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo. Agora, Lily faz um papel contido, mas extremamente interessante, no romance A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata, original da Netflix.

A história, basicamente, acompanha a jornada da escritora Juliet Ashton (Lily James), que decide visitar Guernsey, uma das Ilhas do Canal invadidas pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Lá, ela encontra um interessante e diverso clube do livro -- que dá o estranho nome ao filme -- e acaba estreitando laços com de seus integrantes, principalmente Dawsey Adams (Michiel Huisman) e Eben Ramsey (Tom Courtenay).

O longa-metragem conta com um clima leve, longe de qualquer relação direta com tradicionais histórias da Segunda Guerra Mundial. A direção de Mike Newell, do insosso Grandes Esperanças e do divertido Harry Potter e o Cálice de Fogo, consegue levar romance, literatura e, até mesmo, um pouco de comédia para os mais de 120 minutos de projeção. É um resultado agradável, ainda que morno, que serve pra passar o tempo.

Alguns aspectos técnicos e narrativos, porém, acabam levantando a base da história. O primeiro diz respeito às atuações. Lily James, como já salientado, é uma verdadeira estrela. A britânica consegue transitar entre os mais diversos papeis sem nunca entregar uma atuação mediana. Aqui, ela mescla com perfeição o papel da escritora insegura com a sede de contar uma boa história, encontrada no tal clube. Fica bem na tela.

Michiel Huisman (A Incrível História de Adaline) até está bem, mas acaba engolido pela atuação de Lily. Tom Courtenay (45 Anos), Katherine Parkinson (Humans) e Jessica Brown Findlay (Uma Beleza Fantástica) também estão bem, mas com menos material.

A ambientação do longa, somada com a trilha sonora e fotografia, também ajudam a dar o tom. Fica mais fácil entrar de cabeça na história contada por Newell, a la Jane Austen, sem que o andamento e o desenvolvimento dos personagens seja posto em risco. É, como de costume nos lançamentos da Netflix, uma produção muito bem feita que só eleva a qualidade.

O único problema realmente notável é que a história, morna, acaba cansando mais do que deveria. Por mais entusiasmado que esteja o espectador com o que está se desdobrando na tela, difícil não sentir certo cansaço com as mais de duas horas de projeção. A trama, por mais emocionante que se torne, acaba ficando circular demais. Em determinado momento, parece que aquilo já foi visto. É um déjá vu que nem Lily James salva.

Ainda assim, A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata é um filme original, com um viés interessante sobre o conflito da Segunda Guerra Mundial, e que deve agradar aos que buscam uma história agradável, sentimental, romântica e de viés histórico britânico. Boa surpresa da Netflix, que volta a apresentar um bom material em seus lançamentos originais. Que continue assim! Mais Torta de Casca de Batata e menos A Barraca do Beijo.

 

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