O cineasta Martin Campbell é, inegavelmente, um dos cineastas mais marcantes quando falamos sobre cinema de ação. É dele o nome por trás de produções como 007: Cassino Royale, Limite Vertical, 007 Contra GoldenEye e A Máscara do Zorro — ou seja, não tem qualidade em suas produções, como também entende muito do gênero. Mas, que bagunça é A Profissional.
Estrei dos cinemas desta quinta-feira, 11, o longa-metragem conta uma história relativamente banal: uma criança é resgatada de uma espécie de chacina no Vietnã. Ela cresce (ganhando interpretação de Maggie Q) e começa a trabalhar ao lado de seu salvador: Moody (Samuel L. Jackson). Os dois são assassinos profissionais, matando criminosos perigosos por aí.
No entanto, a vida da dupla muda completamente quando Moody é vítima de um ataque. Será uma vingança? Anna, a personagem de Maggie Q, logo parte para o Vietnã em busca de respostas — enquanto, no seu encalço, está Rembrandt, um personagem estranhíssimo vivido por Michael Keaton. É um filme que mistura o tradicional "gato e rato" com thriller de vingança.
Campbell, infelizmente, está em seu ponto menos criativo da carreira. A Profissional chega quase que com uma camada de poeira: tudo é muito anos 1990 e, ao invés de trazer nostalgia, traz um sentimento de que aquela história é ultrapassada. Ela não progride e traz momentos um tanto quanto embaraçosos, como o momento de flerte e ameaça entre Anna e Rembrandt.
Aliás, por falar em Rembrandt, ele é um dos pontos que comprova a fragilidade do roteiro. Há muitas pontas soltas e se complica demais. O próprio personagem de Keaton é absolutamente descartável para a narrativa, servindo apenas como um apêndice que toma tempo. O roteirista Richard Wenk deveria ter deixado a simplicidade vista em O Protetor, um outro filme seu.
Pelo menos A Profissional — que lembra demais Nikita — tem um visual interessante, com uma violência acima da média. Há sangue espirrando, tiro que joga a vítima metros pra trás, jugular esguichando sangue. Traz uma certa personalidade para o filme. Ainda assim, ficam essas restrições ao longa-metragem que, apesar de bons nomes envolvidos, não surpreende em nada.
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