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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'A Noite que Mudou o Pop' é ótimo documentário da Netflix



Que boa surpresa é checar um lançamento da Netflix e, no final, ter a sensação de que assistiu a um ótimo filme -- algo raro por aqui, convenhamos. Mas foi isso que aconteceu com A Noite que Mudou o Pop, longa-metragem que conta os bastidores da música We Are the World e que estreou no streaming nesta segunda-feira, 29 de janeiro, após exibição no Festival de Sundance.


Dirigido por Bao Nguyen (Be Water), o longa-metragem traz essa proposta simples, sem muita enrolação. Lembra bastante Elis & Tom, fraquíssimo documentário brasileiro que estreou no ano passado, ao tentar desbravar os bastidores de uma gravação fonográfica. É algo que traz uma certa potência. Afinal, o cinema tem essa qualidade de dar vida ao que só escutamos.


A Noite que Mudou o Pop, felizmente, consegue ser bem mais eficaz do que o filme que fala sobre Elis Regina e Tom Jobim. Ainda que caia na tentação de trazer alguns depoimentos de músicos e técnicos que participaram da gravação, isso não atrapalha o andamento da coisa como Elis & Tom. Os depoimentos adicionam, não tentam explicar o que está na tela apenas.


Mas o mais legal é algo que aconteceu também em Andança, sobre Beth Carvalho. O filme traz curiosidades divertidas de bastidores, mostrando coisas que não temos como saber sem uma produção como essa. É o Bob Dylan simplesmente exausto de estar ali, Stevie Wonder inventando coisas mais pra atrapalhar, Ray Charles dando gargalhada de tudo que acontecia.


São pequenos fatos que vão atiçando nossa curiosidade e deixando o filme realmente saboroso e, acima disso, deixando a música mais e mais interessante -- como acontece quando ouvimos, no documentário sobre Beth, Cartola apresentando As Rosas Não Falam pela primeira vez.


Em termos estéticos e narrativos, não há nada de realmente especial aqui. Mas é como Lionel Ritchie ou alguma outra pessoa fala em determinado ponto sobre We Are the World: às vezes, a música é uma ferramenta. Cinema é a mesma coisa. Linguagem e estética podem não trazer nada de realmente inovador ou impactante, mas acabamos emocionados pelo que o filme tem a dizer.


 

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