Desde que John Wick se tornou um sucesso absoluto em 2014, são várias as tentativas de reproduzir o sucesso da franquia de Keanu Reeves -- Anônimo talvez seja o único, até agora, que deu realmente certo. A Mãe do Ano, estreia polonesa da Netflix nesta quarta-feira, 24, é mais uma tentativa nesse sentido. No entanto, o filme não poderia ser mais genérico e insalubre.
Dirigido por Mateusz Rakowicz (O Rei das Fugas), o longa-metragem acompanha a história de Nina (Agnieszka Grochowska), uma agente secreta polonesa que está aposentada -- e que é dada como morta por todas as pessoas ao seu redor. No entanto, ela decide "voltar dos mortos" para salvar o filho das mãos de um assassino (Szymon Wróblewski) cruel e inescrupuloso.
Em termos visuais, o filme é praticamente nulo de criatividade. A Mãe do Ano, nas cenas de ação, tenta emular aquele estilo de câmera parada de John Wick, em que conseguimos ver todos os movimentos dos personagens em luta corporal. Há algo de estiloso por aqui, com câmeras passeando pelos personagens na hora da luta, ainda que os efeitos sejam evidentes demais.
Isso acaba tirando bastante o impacto das cenas. Oras, é óbvio que John Wick também tem uma tonelada de efeitos especiais e visuais em cada cena para dar aquele ar de continuidade, mas são tão bem posicionados que passam batido. Não é o caso aqui: na cena de ação, que é quando é preciso estar mais imerso na história, essa artificialidade dos movimentos nos tira da trama.
Além disso, a história passa por altos e baixos o tempo todo. Tem seus momentos interessantes, como o vilão absolutamente caricato e exagerado de Wróblewski, mas na maior parte do tempo o filme fica preso em uma trama que não cativa: Agnieszka pode até se esforçar fisicamente, mas não tem qualquer tipo de destaque em toda a parte dramática da coisa. Fica só na tentativa.
No final, repete-se a sensação que já vimos em O Rei da Fuga: é um filme absolutamente estiloso, mas vazio. Há pouca história aqui, assim como zero originalidade. Tudo parece ser mastigado de coisas que vimos antes, sem espaço para uma criação original, do zero, como deveria ser. E, mais uma vez, a Netflix não surpreende entregando um filme sem vida.
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