Como é legal quando o cinema nos apresenta histórias reais absurdas, divertidas e inacreditáveis. É este o caso de A Incrível História da Ilha das Rosas, produção italiana que chegou ao catálogo brasileiro da Netflix nesta quarta-feira, 9. Baseada em uma surreal história real, na Itália dos anos 1960, esta produção é daquelas que fazem qualquer um viajar por aí.
Afinal, veja a trama: A Incrível História da Ilha das Rosas conta a jornada de Giorgio Rosa, um engenheiro que gosta de construir tudo com as próprias mãos. Até que um dia tem o estalo de que chegou o momento de construir sua própria "ilha" — na verdade, uma plataforma de petróleo. E é isso que ele faz, despertando a ira e o desconforto do então governo italiano.
Dirigido por Sydney Sibilia (Paro Quando Quero), o longa-metragem desde o começo assume o tom bizarro e inusitado da empreitada de seu protagonista muito bem interpretado por Elio Germano (O Rei de Roma). Ele é inteligente, mas não encontra o seu lugar ao sol. O roteiro do próprio Sibilia e de Francesca Manieri reforça isso com as relações amorosas do protagonista.
Dessa forma, por mais que a ideia de criar uma ilha não pareça ter muito propósito inicialmente, é fácil simpatizar com o personagem e torcer pelo seu sucesso. Além disso, é interessante como a trama traz algumas reflexões interessantes sobre pertencimento, Estado e política. Até que ponto o governo pode influenciar diretamente na vida de cidadãos, mesmo fora dos domínios?
Uma pena que Sibilia não avance nessa discussão. Tudo bem: é uma comédia e o objetivo principal é causar o riso e mostrar a absurda história da Ilha das Rosas. Mas o cineasta, ao lado de um roteiro um pouco mais afiado, poderia ter provocado mais o poder público. O final, por exemplo, fica muito desconjuntado, pouco explicado. Faltou a acidez de um cineasta experiente.
Mas tudo bem. Afinal, A Incrível História da Ilha das Rosas é daquelas comédias gostosas, divertidas e que trazem uma história inusitada que fica para sempre na memória. O filme poderia ser melhor acabo tecnicamente. Mas é apenas um detalhe. O essencial, a história bem contada, está aqui. Basta dar o play, embarcar na maluquice de Giorgio e se divertir.
Corrigindo, sobre Ilhas da Rosas, ele construiu uma plataforma, não uma plataforma de petróleo.