Os documentários sobre times brasileiros continuam chegando aos cinemas a todo o vapor. Depois dos recentes lançamentos sobre a história do São Paulo e outro sobre os gols do Santos, chegou a vez do Corinthians tomar a tela grande para contar algumas de suas maiores realizações fora dos campos. Ou melhor: realização e história de seus campos. É o filme A História de um Sonho, dirigido por Marcela Coelho e Ricardo Aidar (Todo Poderoso: O Filme -- 100 Anos de Timão), que estreia nesta quinta-feira, 6.
Como dito, o longa-metragem busca fugir da história do time e de outras realizações mais óbvias -- já contadas em Todo Poderoso, Libertados e 1976 -- para mostrar como foi a conquista de um grande estádio próprio. O time, até 2014, tinha como residência oficial apenas o Parque São Jorge, pequeno e distante para os padrões do time, e o sempre querido Pacaembu, que era alugado pelo time com a Prefeitura de São Paulo. Quando construiu o Itaquerão, então, a conquista ultrapassou o seu mero gramado.
O filme, claro, possui aquele tom clubista clássico dos documentários sobre futebol e não apresenta uma estrutura diferenciada do geral. É aquela velha fórmula: imagens de arquivo, entrevista, captações da torcida. E, enquanto isso, vão contando a história dos campos pelos quais o Corinthians já passou e conquistou alguns títulos. Por isso, claro, o público do filme são os próprios torcedores, que vão se emocionar e, por vezes, se identificar com algumas das histórias que são contadas na tela. O resto fica a ver navios.
A falta de ápices emocionais ou de grandes momentos prejudica um pouco filme, que chega aos cinemas após o bom documentário sobre os gols dos Santos. Este outro filme, sobre o time da Vila, acerta por ter uma estrutura diferenciada e momentos que causam genuínas emoções. Há uma queda na qualidade se compararmos com o atual lançamento da Elo Company pelo Projeta às 7, da Cinemark. E olha que sou corintiano.
A História de um Sonho é um filme formulaico e que existe para agradar os milhares de torcedores do time paulista. É interessante, como experimento humano e social, ver como uma agremiação de jogadores consegue despertar ânimos e emoções de pessoas que são unidas apenas por uma camisa, um hino e um nome. Mas, infelizmente, o documentário não consegue ir muito além. Parece que as temáticas estão se esgotando.
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