Em 2019, a excêntrica família Addams ganhou um longa-metragem animado após 26 anos afastada dos cinemas. No entanto, o filme foi bombardeado de críticas negativas por todos os lados — seja de público ou da crítica especializada. Apesar disso, a Universal não se incomodou e a animação ganhou uma sequência, que segue o mesmo estilo bobinho do primeiro.
A Família Addams 2: Pé na Estrada é dirigido por Conrad Vernon e Greg Tiernan, a mesma dupla do anterior. Desta vez, os Addams partem para uma viagem pelos EUA para fortalecer os laços familiares e valorizar as diferenças de cada um. Mas, as coisas se complicam quando um advogado persegue a família dizendo que Vandinha não é filha biológica de Gomez e Mortícia.
Aqui, o protagonismo está em Vandinha. A viagem em família, na verdade, acontece pelo medo, do lado dos pais, de que a menina realmente não seja filha biológica, que não se sente uma Addams. Sendo assim, essa viagem é uma oportunidade perfeita para os pais se conectarem de vez com a filha.
Como era de se esperar, a história é bobinha e infantil. Não existe qualquer preocupação em envolver os adultos em sua narrativa, apenas em entregar uma diversão às crianças, além de tentar trazer uma moral sobre a importância das diferenças. Uma mensagem valiosa, mas representada de forma muito forçada. Existem animações que trabalham esse conceito com mais desenvoltura.
Ao longo da viagem, a família enfrenta diversas situações em diferentes pontos turísticos dos Estados Unidos, explorando a personalidade de cada um e como eles se relacionam entre si. Embora seja feito especialmente para as crianças, o filme consegue arrancar algumas risadas aqui e ali, mesmo sendo bobo. Vandinha sempre prega peças em seu irmão, o Feioso, além de muitas de suas falas terem um tom sarcástico engraçado. Uma pena que não vemos muito disso. O foco está em um humor que raramente irá funcionar para o público adulto.
Com piadas infantis e uma história "mais do mesmo", A Família Addams 2: Pé na Estrada provavelmente só irá atrair as crianças. Os personagens sozinhos não conseguem sustentar um enredo pouco envolvente. Apenas Vandinha possui uma personalidade forte o suficiente para divertir alguém. O resto é descartável e esquecível. Chegou a hora da Universal aposentar essa animação e partir para outra. Se dois filmes já são muito, então um terceiro seria demais.
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