Emma é uma jovem de 27 anos que está começando a produzir seu terceiro livro -- um romance sobre uma prostituta, principalmente pelo olhar de quem nunca lembra dessas pessoas. E como ela faz o mergulho nesse universo? Entrando no ramo, trabalhando como prostituta na Alemanha. Essa é a trama do instigante e desfocado, A Casa dos Prazeres, estreia de quinta, 28.
O longa-metragem começa instigante, provocativo, sexual. A diretora Anissa Bonnefont (Wonder Boy) não tem medo de colocar o sexo na tela -- nunca é explícito, mas a sugestão passa o limite de sombras e intenções. Um filme pra dar tesão, será? Nem tanto. Rapidamente, as cenas envolvendo sexo de Emma com seus clientes se tornam a parte mais cansativa da produção.
A Casa dos Prazeres, afinal, conta com uma estrutura bem evidente: cenas de Emma transando intercaladas com cenas dela vivendo normalmente -- seja nos bastidores do prostíbulo, conversando com outras prostitutas, com a irmã ou com o amigo escritor. Nessas mudanças de narrativa, o longa-metragem vai comprovando que as conversas são bem mais interessantes.
As conversas com as prostitutas, por exemplo, impulsionam a narrativa para frente, sempre fazendo com que a protagonista compreenda mais seu papel e, principalmente, que a audiência entenda esse universo. Enquanto isso, as trocas de Emma com não colocam substância alguma na história -- apenas choque e algumas cenas realmente bonitas, como essa que abre o texto.
Com isso, fica impossível conter a sensação de que A Casa dos Prazeres poderia ser bem mais do que é. Indo além de Jovem e Bela, por exemplo, e se aproximando mais do clássico e magnífico A Bela da Tarde. Faltou a diretora abraçar uma maior complexidade narrativa. Afinal, há uma boa ideia e uma ótima atuação de Ana Girardot como Emma. Podia e devia ir além.
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