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Foto do escritorMatheus Mans

Conheça a Clube Box, caixa de cultura por assinatura


É cada vez mais comum encontrar pessoas que assinam uma mystery box -- aquelas caixas que são enviadas mensalmente para a casa dos assinantes, com itens surpresa. E o tipo de conteúdo está começando a ficar cada vez mais variado. Ao invés de apenas caixas com produtos do universo geek e nerd, já são encontradas assinaturas de itens para animais de estimação, de vinhos e até de meias.

Agora, outra caixa ganha força no mercado para animar fãs de cultura: a Clube Box. Criada pelo cearense Daniel Herculano, a mystery box vem com a proposta de trazer livros, DVD, CDs e outros itens relacionados ao universo cultural e ao tema do mês. Há cerca de um ano no mercado, a Clube Box trouxe produtos como o livro que inspirou o filme Planeta dos Macacos e o DVD de Rush: No Limite da Emoção.

E para entender um pouco mais sobre a Clube Box e as suas propostas no mercado das caixas por assinatura, o Esquina conversou com Daniel Herculano. Em pauta, a criação da caixa, o mercado cultural e, é claro, o que ele espera para o seu negócios nos próximos meses -- e, é claro, anos. Confira a conversa na íntegra:

Esquina: Quando e como surgiu a ideia de criar a Clube Box?

Daniel Herculano: Eu e minha esposa somos consumidores vorazes de cultura, principalmente livros e filmes. Juntando a isso, pensamos que o serviço de mystery box no Brasil está segmentado -- no meio cultural -- entre o geek e o de caixas literárias. E porque não unir o melhor dos dois mundos, e acrescentar a recomendação de bandas/artistas autorais e ainda acrescentar arte e outras surpresas? Após alguns testes e feedback dos assinantes, acreditamos que o Clube Box tem de deixar claro que oferecerá sempre mensalmente uma camiseta exclusiva, um livro, um filme e, a depender do tema, outras surpresas. Qual caixa faz isso no mercado? Eu não conheço.

Atualmente, no Brasil, passamos por um momento turbulento. Acredita que a cultura é a saída?

Turbulento e meio tenebroso, complicado. Mas vamos pra frente, né? Nós acreditamos que a disseminação da cultura é um instrumento importante para mudar e melhorar as pessoas. E por isso queremos ser reconhecidos como uma caixa que faz exatamente isso. Um mês pode vir um colecionável? Pode. Uma plaquinha decorativa? Pode. Mas não abrimos mão do livro e do filme.

Fomentar o mercado local do Ceará também é um caso a parte. Daqui saem as camisetas, pôsteres, placas, os CDs e os filmes -- da Classicline. Na nossa caixa #12, com o tema de Jornada Épica, inclusive, o livro que foi aos assinantes é de um autor cearense, uma obra independente e que pagamos o valor final do que faltava para ser contemplado no Catarse. Investimos no talento local, e queremos valorizar o que é bom daqui. Mas se artistas, bandas, cantores e cantoras de outros estados quiserem fazer parte da Clube Box, estamos de caixas abertas para eles.

Qual o tipo de produto que você pretende priorizar na Clube Box?

Como te falei, a prioridade é a "tríplice coroa" de camiseta exclusiva (sempre da marca Quadrin), filme e livro. Além disso, a depender do tema, complementamos a experiência com surpresas. Já enviamos copos de shot, pôsteres, colecionáveis, placas decorativas, flâmulas. Entre os itens mais surpreendentes, já enviamos a estatueta do Oscar, um VHS decorativo de Stranger Things com luzes para se comunicar com o Mundo Invertido. Todo mês nós pensamos em algo todo mês que fuja do tradicional.

Temos também uma coleção de postais, com uma série que homenageia o cinema nacional, com autógrafos de diretores brasileiros. Os CDs são itens que todos sempre pedem. É um item que chamamos de “Experimente”, para divulgar artistas independentes aos nossos assinantes. Dificilmente nomes como Artur Menezes, Lavage, Sulamericana, Victor Mota, Capotes Pretos da terra Marfim, Felipe Cazaux, Altifalante, Caio Castelo, Berg Menezes e Astronauta Marinho poderiam chegar em todo o Brasil. Acredito que apenas Lúcia Menezes -- em álbum com participações de Miúcha e Chico Buarque -- e Selvagens à Procura de Lei que tem a sua parcela de divulgação nacional.

Falar de cultura é muito delicado. Há uma relação de amor e ódio com cineastas, músicos, escritores. Como lidar com isso em uma box?

A cada tema definido, o peso da curadoria é essencial para tentar manter o equilíbrio entre a escolha certa. Acredito que pelo feedback que temos, acertamos em 90% dos casos, e o que uns poucos tratam como decepção, eu vejo como oportunidade de se conhecer novos títulos. Muitos assinantes não reconhecem que, se algo vem na caixa e eles não o conhecem, é exatamente que entra a força da curadoria, de recomendar aquele título ao assinante.

Qual sua expectativa com a Clube Box?

Queremos crescer nessa pequena brecha comercial entre as caixas literárias e as caixas nerds. A arte de escolher temas que não batam na mesma tecla do mercado também é um diferencial que vale um reconhecimento. Não vi nenhuma outra marca lançar uma box de Rock ou de Romance. Nós sim. Sabemos da nossa qualidade, do valor que tem os livros escolhidos, os filmes -- alguns até inéditos, lançados via Clube Box pela Classicline -- e que valem cada centavo investido pelo assinante. Convido a você a fazer um teste e assinar por um mês a Clube Box. Tenho certeza que vai voltar para o plano anual na hora que receber a sua caixa em casa.

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