A homenagem a Lília Cabral por sua carreira no cinema, dada pelo Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema deste ano, pode parecer estranha. Não pelo que ela representa para teledramaturgia brasileira e nos palcos, dois veículos que ela nunca deixou de trabalhar nessas mais de quatro décadas de profissão. Mas por conta dos poucos filmes que ela trabalhou ao longo desse tempo – que teve inicio em 1978, na peça Marat Sade, depois de se formar na Escola de Arte Dramática (EAD) da USP.
A atriz de fato trabalhou em poucos filmes, por volta de dez. Ela mesma reconheceu essa lacuna ao subir no palco do Cineteatro São Luiz, no sábado, 31, para receber a homenagem do Cine Ceará.
“Eu adoro cinema, aprendi a gostar de assistir os filmes junto com meu pai, italiano que me levava para ver tudo que passava no cinema do bairro onde morávamos em São Paulo. Das chanchadas da Atlântida, aos filmes americanos, passando pelas produções de Mazzaropi”, revelou ela, para acrescentar. “Sei que fiz poucos filmes, muito por conta dos meus compromissos no teatro e principalmente na TV, com as novelas. Mas não me arrependo, são escolhas. Por outro lado, gosto dos filmes que trabalhei, pronto”.
Mesmo tendo trabalhado em dramas, tanto no teatro como na televisão, inclusive megeras dramáticas, como na recente novela O Sétimo Guardião, Lília sempre soube dar altas doses de humor. Pode ser que isso tenha orientado os diretores de cinema para os trabalhos que a atriz fez na telona. Já que a maioria deles foram comédias, gênero de filmes como: A Partilha, Julio Sumiu, Divã e o inédito Maria do Caritó, esse último dirigido por João Paulo Jabur, diretor da TV Globo e de séries para o Globo Play.
Os dois últimos trabalhos de Lília no cinema, contando com o inédito Maria do Caritó, vieram de adaptações de peças homônimas que ela fez nos palcos, como o Divã. O Esquina fez um vídeo com uma entrevista exclusiva com Lília Cabral logo depois da coletiva do filme Maria do Caritó.
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