Ao longo de sua vida, a convivência com culturas e línguas diferentes certamente deu a envergadura de "artista do mundo" à Carlos Marín. Afinal, o integrante do grupo Il Divo, e dono de carreira solo iniciada aos oito anos, nasceu na Alemanha; foi criado em Madri, na Espanha, terra de seus pais; morou algum tempo na Holanda; e, desde cedo, viajou pela Europa para se apresentar em programas de TV, participar de concursos e fazer shows.
Ainda assim, a transição de cantor mirim prodígio para cantor adulto, no caso dele, não foi difícil (veja entrevista abaixo).
Com voz de barítono, Marín, que teve professores como Montserrat Cabellé e Alfredo Kraus, participou de quase todo repertório clássico de óperas, como La Traviatta, Madame Butterfly, entre outras. Mas com voz versátil, se arriscou em musicais como Grease e gravou músicas pop.
Essa versatilidade artística chamou a atenção do produtor Simon Cowell, quando este decidiu juntar quatro rapazes para formar o grupo II Divo, que gravaria músicas “operatic pop”, em 2003. Nesses 15 anos de existência, o grupo, formado pelos cantores Urs Buhler, Sébastien Izambaro, David Müller e Marín, vendeu mais de 30 milhões de discos e se apresentou em cinco continentes ao lado de artistas como Barbra Streisand e Celine Dion.
Mesmo com esse estrondoso sucesso do grupo, Carlos Marín não abandonou sua carreira solo. Em 2016, ele gravou o DVD/CD do espetáculo Carlos Marín In Concert, que apresentou em diversos países, ao lado de 20 músicos e 12 bailarinos. São canções dos musicais como Fantasma da Ópera e Grease, mas também sucessos do repertório de Frank Sinatra e Elvis Presley. Marín faz apresentação única desse espetáculo no Tom Brasil no dia 11.
Esquina da Cultura: Fale um pouco desse show da Broadway que você irá apresentar no Tom Brasil, 'Carlos Marín In Concert'.
Carlos Marín: São canções que sempre fizeram parte do meu repertório, tanto da carreira solo quanto no grupo II Divo. Amo cantá-las, mas agora apresento-as num lindo espetáculo ao lado de 20 músicos e 12 bailarinos, como se estivéssemos em um grande musical da Broadway, com a vantagem de reunir os melhores deles.
Esquina: Você começou a carreira cedo, com oito anos, quando gravou 'El Pequeño Caruso'. Como seus pais viram essa carreira tão precoce?
CM: De fato, comecei muito cedo. Lembro que assisti a um filme de Mario Lanza (cantor norte americano que se destacou em musicais de óperas em Hollywood, morreu em 1959), tinha seis anos. Aquilo me marcou muito, e ainda tinha meu pai que cantava. Comecei aos oito anos, quando um amigo do meu pai me viu cantar. Eu já tinha voz de tenor. Aí passei a me apresentar em programas de televisão, participando de concursos e espetáculos.
Esquina: Mas seus pais eram obsessivos com sua carreira?
CM: Não, eram tranquilos. incentivaram para que eu pudesse ter chances de seguir em frente. Por isso, tive aulas com importantes professores para me aperfeiçoar. Mas eles viam que eu gostava muito de cantar, era feliz com aquilo que fazia. Então, eles queriam que eu fosse feliz, e a música era o caminho para minha felicidade.
Esquina: Como foi a transição para uma carreira adulta, já que muitos artistas mirins não conseguem seguir quando se tornam mais velhos?
CM: Como nunca abandonei a carreira, desde que comecei aos oito anos, sempre me aprimorando, estudando, trabalhando, não houve um hiato que pudesse ter atrapalhado. Desde cedo tive responsabilidade e convicção que era aquilo que queria fazer na vida adulta.
SERVIÇOS
Carlos Marin In Concert
Tom Brasil – Rua: Bragança Paulista, 1281 – Vila Cruzeiro
Dia/Horário: 11/8, às 22h00
Preços: R$: 360 a R$ 100
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