top of page
Buscar

Em sua 7a edição, o Festival Internacional de Animação Lanterna Mágica mira o mercado interno e externo

Foto do escritor: Amilton PinheiroAmilton Pinheiro

O casal de realizadores do Festival internacional de Animação Lanterna Mágica, a curadora e diretora artística Camila Nunes e o produtor executivo Wadih Elkadi, teve muitas dificuldades para colocar em pé mais uma edição do evento.

 

Mesmo diante dos percalços de aprovações de leis de incentivo, de captação de recursos e outras burocracias, o Lanterna Mágica chega com uma edição, a sétima, mais enxuta e com menos convidados, ou seja, menor, este ano, mas mesmo assim continua sendo o maior e mais importante festival de animação do país desde que o Anima Mundi deixou de acontecer em 2020, depois de 27 anos ininterruptos e  nunca mais foi realizado.

 

Eles sabem que não tem jeito. Trabalhar com eventos culturais no país é lidar com as dificuldades sem tréguas. E fazer um festival de cinema, seja animação, documentário ou live-action, não é tarefa para os fracos e os que não persistem.

 

E eles persistem e trabalham incansavelmente não somente para não deixar de realizar mais uma edição do Lanterna Mágica, como também, diante das  adversidades, realizarem uma programação mais ousada, diversificada, importante e mirando o negócio do cinema de animação.

 

Frequentadores do maior festival de animação do mundo, de Annecy, realizado anualmente na cidade de Annecy na França, o casal Camila e Wadih terá pela primeira vez um estande do Lanterna Mágica nas dependências do evento, que acontecerá este ano entre 8 a 14 de junho, com o intuito de divulgar o trabalho que eles fazem no Brasil, como também buscar parcerias, projetos e vender o que produzimos desse gênero no país.


Uma Edição de Olho no Mercado Local e Externo

 

Com duas mostras competitivas, a nacional e a internacional, de curtas, longas convidados, mostras paralelas, o Lanterna Mágica, de olho no mercado de cinema de animação, realizará um pitching de como fazer uma apresentação de um projeto do gênero, o LAMP, que é o Laboratório de Projetos do Lanterna Mágica, oficinas de mercado de animação, um painel de políticas públicas para animação brasileira e de Goiânia, entre outros eventos, que visam a expansão desses negócios no país.

Com foco no mercado de animação do Brasil, o festival realizará um estudo de caso do longa A Arca de Noé, de Sérgio Machado e Alois Di Leo, que fez um bom público nos cinemas brasileiros recentemente, para abordar a coprodução e distribuição do filme.

  

“Rock Bottom”, animação adulta e que aborda ficcionalmente uma história real

 

O Lanterna Mágica começou na terça-feira, 18, com a projeção para convidados do longa de animação espanhola Rock Bottom, de María Trénor, no belo e confortável espaço Cine X, no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

 

O longa, que passou na programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no ano passado, conta a história real do cantor e baterista inglês Robert Wyatt, que fundou algumas bandas entre os anos de 1960 e 1970, e depois seguiu carreira solo depois de um acidente em 1973 em Londres que o deixou paraplégico.

 

A premiada diretora espanhola, María Trénor, já tinha realizado três curtas antes de Rock Bottom, que é seu primeiro longa, trabalha com animação em 2D, para abordar a história de Robert Wyatt, que hoje tem 85 anos, absorvendo toda atmosfera psicodélica da época, início dos anos 1970, com uma palheta de cores aberrantes, imagens caleidoscópicas e tons oníricos.

Apesar de ser uma história real, a diretora cria ficcionalmente a vida de um artista do rock e suas experiências com álcool, drogas e sexo, que serviam como estímulos criativos de grande parte dos cantores do rock, seja psicodélico, punk, metálico, etc.

 

O uso das cores, dos traços e das sequências musicais, conseguem captar a atmosfera daqueles loucos anos 1970, fazendo com que o espectador mergulhe no universo do que está sendo retratado, mas o roteiro é confuso e a história se perde numa relação entre o personagem principal e sua namorada, deixando de se aprofundar na vida do próprio personagens, suas crises existenciais e seu rico processo criativo.

 

A animação, que é falada em inglês, não veio com legenda em português, o que seria o correto, já que é um festival internacional que acontece no Brasil, que fala o português. No lugar, a legenda estava em espanhol.

 

O produtor executivo, Wadih Elkadi, numa conversa informal com os jornalistas, depois da projeção do filme, falou que tentou de todas maneiras fazer uma cópia com legenda em português, inclusive, entrando em contato com o pessoal da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que tinha exibido o filme com legenda em português, mas que não conseguiu.

 

Hoje a noite, serão exibidos a primeira parte das mostras competitivas nacional e internacional no Cine X, com ingresso gratuito.

 

コメント


bottom of page